terça-feira, 30 de junho de 2009

coisas de um ex-dread

segura o baixinho: ombro sempre disponível nos momentos difíceis

conheci o mauricio via empréstimo, por meio do meu irmão da vida - que, 'por coincidência', é seu primo. foi na puc, em 2006. ele: jovem, confuso, intenso - em seu primeiro ano de letras. eu: intenso, jovem, confuso - no segundo ano de jornalismo. os encontros nos CAs e nos bares foram imediatos. e em poucos meses eu me tornava tão amigo e próximo quanto aquele que nos apresentou. os laços, no fim das contas, se estreitaram. e entrei de vez no clã dos abreu. em meio a um momento profissional conturbado e no pique da Copa do Mundo, me demiti e praticamente morei na raposo tavares. eram noites a fio de curtição e churras. eu, o então dread louco e celo. entre papos e brejas, brejas e papos. e lá fomos nós passar férias na Bahia. Trancoso, Caraíva e muitas adversidades de uma convivência intensa. foi ponto de turbulência. e crucial para sedimentar a relação. de lá pra cá, foram muitas experiências louuuucas e baladas maluuuucas. é dele (e do celo) a capacidade incrível de criar jingles e bordões que se tornaram sucesso - como 'que beleeeeeza' e 'segura o baixinho'. hoje, após uma série de eventos que celebraram seu aniversário presto essa pequena homenagem a um amigo que tenho como um irmão caçula. e que é um exemplo de canceriano - extremamente familiar e sensível (e com uma capacidade incrível de fazer besteiras, típicas de um bom 'ups'). o que sei é que em meio as nossas tantas conversas o convenci de que ele deveria largar o curso de letras e incentivei por A+B que ele deveria ir para a comunicação, o jornalismo. e ele foi (e não sei o quão me arrependo ou não disso). o que sei é que confio às cegas nesse menino. e no ombro sempre disponível nos momentos difíceis.

sábado, 27 de junho de 2009

thriller e o sol quadrado

detentos filipinos homenageiam michael em encenação de thriller. incrível.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

sem palavras


porque hoje ela faz aniversário. e é sinônimo de uma infinidade de virtudes. mas o principal ensinamento foi nunca deixar a peteca cair. "coragem, meu filho".

sorriso negro



"Independentemente de qualquer coisa, Michael Jackson tem uma representatividade enorme para a raça negra, em todos os sentidos"
(Luiz Melodia)

will you be there

rest in peace, michael.

terra do nunca


quando nasci, thriller já era, há três anos, um dos maiores sucessos do mercado fonográfico. michael já não contava mais com os outros jackson's para brilhar sozinho. era produto de lucro garantido. e mais do que isso: um fenômeno musical. era, fato, o novo james brown da música (pop) negra. ou como diz ed motta, uma espécie de marylin monroe misturada com mickey mouse e coca-cola. um músico que arrebatava multidões com sua música, e sobretudo com seu bailado. era um showman, no sentido literal. portanto, em 1985 michael já era tudo isso e mais um pouco.
mas lembro dos domingos no fantástico. de quando vi black or white pela primeira vez. de quando vi 'free willy' e a música-tema era dele. de quando ele veio ao Brasil pela segunda vez e eu gravava - em VHS - passo a passo dele no País, até aquele incidente do atropelamento de um fã na sua saída do hotel. michael era presença constante. daqueles artistas que viram membro familiar. falar de michael era falar daquele amigo de escola, ou de um primo distante.
assistir ao seu declínio foi lamentável. o mundo acompanhou de perto as bizarrices que não paravam de assombrá-lo. por algumas vezes, me questionei o que estaria acontecendo com um dos maiores astros pop em toda a história da humanidade. quando veio aquele documentário no qual ele revelara todas as problemáticas de sua infância por um instante compreendi e lamentei, 'tadinho'.
michael teve tudo que uma carreira meteórica (e sólida) poderia proporcionar. construiu sua 'neverland'. foi criança e se cercou delas - até demais. mas quando ele anunciou a tal megaturnê em londres, por um instante pensei que seria talvez a chance de ele se recuperar. mas talvez ed motta esteja certo quando diz que tudo aquilo não passava de uma encenação. michael estaria apenas cumprindo questões contratuais, tentando reverter o cenário desastroso de dívidas. que lhe tirou, inclusive, uma de suas maiores alegrias, a neverland.
outros artistas pop surgiram nesse intervalo de decadência. britney, justin, boys-band, christina aguilera, beyoncé. todos tinham alguma influência de michael. e isso era evidente. mas jamais chegariam aos pés de michael, nem mesmo justin - o melhor entre todos esses - poderia ser tão genial como o cara que criou o moonwalk.
cheguei a pensar, em alguns rompantes, em me endividar em mil parcelas e vê-lo nessa turnê de londres. e parece ridículo, demagogo, falar isso agora que ele se foi. mas era verdade. e só eu sabia disso. ontem, quando começaram os burburinhos na redação, tentei não acreditar que ele estava mal. acompanhei segundo a segundo a CNN em busca de uma resposta positiva. um aceno, um sopro, um comunicado feliz.
mas a correria da redação me obrigou a ligar para vários artistas antes mesmo do comunicado oficial. e esquecer por um tempo que eu estava perguntando a eles sobre a morte daquele cara que marcou minha infância como nenhum outro artista pop. até porque madonna nunca foi minha praia, apesar de todas as suas qualidades.
só lá pelas 22h consegui parar e ter a noção do que havia acontecido. passei a assistir vários videoclipes, como se tivesse 5, 7 anos. e o térreo do prédio ficasse vazio, porque estavam todos em suas respectivas residências para ver a mais nova megalomania de michael. por um momento, senti como se minha infância perdesse o sentido.
são poucas mortes de artistas que me comoveram. conto em uma mão, inclusive. emoções como essa, só com ayrton, mamonas e paulo autran. cada um a seu modo fez parte da minha vida como se uma parte dela deixasse de existir após sua despedida. michael soma-se a todos eles.

que ele seja feliz em sua neverland.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A morte de Michael


Um dos maiores astros do pop simbolizava continuação de James Brown

A morte de Michael Jackson, aos 50 anos, pegou de surpresa representantes de várias gerações da música brasileira. Muitos deles, inclusive, receberam a notícia pela própria imprensa. Caso de Luiz Melodia, que repercutiu a tragédia perplexo ao telefone. “Independentemente da música, ele era um grande dançarino. Que empolgava não só com seu repertório, mas pelo seu bailado”, disse o carioca, que afirma ter sofrido influência na dança. Ed Motta vai mais além. “Michael é a continuação da ideia proposta pelo James Brown, foi um Frank Sinatra do soul. Ele levou a ideia de cantar bem, dançar bem, ser um showman – e sempre com maestria”. Para Ed Motta, Michael “liderava as massas de forma brilhante”.

Representante de uma geração mais atual, o baixista Dengue (Nação Zumbi) relembra um dos maiores astros pop no tempo em que ainda era “moleque”, de quando brincava na rua e voltava correndo para casa para ver um novo videoclipe. “Lembro bem do dia em que ia passar 'Thriller' no 'Fantástico'. Na rua todo mundo só falava disso. Quem naquela época não andava ‘moon walker’?”. Para o instrumentista, a influência de Michael na sua geração é inegável. E emenda: “Se a geração atual não o ouve, posso dizer que ela está perdendo muito”.

Baterista d’Os Paralamas do Sucesso, João Barone analisou o fato de Michael morrer justamente no momento em que só se falava na megaturnê que marcaria o seu retorno, após anos de decadência e escândalos. “É curioso e arrebatador. Mas o fato é que Michael Jackson ficará para sempre no panteão dos ícones do pop mundial”. Ed Motta aproveitou o gancho. E dá sua visão sobre o tal retorno “Acredito que ele estava sendo muito cobrido por esse retorno, em questões contratuais. Acho que essa é uma oportunidade do público parar e olhar de perto as tensões que um artista passa. E que termina assim, tão jovem.”.

Barone diz que o período de entressafra de Michael acabou deixando sua música em segundo plano, enquanto só se falava da sua decadência. “É lamentável ver um cara que teve tudo na mão ficar com a pecha daquele que perdeu o controle da própria carreira. Agora, o que se tem de fazer é lembrar dos seus bons momentos”, diz ele, que pontua 'Of The Wall' (1979), assim como Ed Motta, como um marco na carreira de Michael.

O DJ e produtor Plínio Profeta lembra que não havia uma noite sequer que ele deixasse de tocar algum remix de Michael. “Estou chocado”. Sem palavras, KL Jay, dos Racionais MC’s, foi informado pela assessora após ligação do repórter. Segundo ela, ele ficou sem palavras e não teria condições de falar. Caetano Veloso, que registrou 'Black or White', no antológico 'Circuladô', em medley com 'Americanos', também não pôde falar. Segundo seu produtor, o cantor e compositor baiano gosta muito de Michael e poderia se desconcentrar antes do show que faria ainda hoje em Porto Alegre.

Em uma comparação surpreendente, Ed Motta resume perfeitamente o status e (por quê não?) os problemas de Michael: “Ele era uma Marilyn Monroe misturado com Mickey Mouse e a Coca-Cola juntos”. Um símbolo pop sem dimensões. (Pedro Henrique França, de O Estado de S. Paulo)

anunciaram e garantiram

que o mundo ia se acabar... e o tal do mundo não se acabou

moinho


a obra de rodrigo bivar não é colorida. e é extremamente familiar.

ême-ésse-enê

sofia diz:
oi.
antonio diz:
oi amor
sofia diz:
fala q me ama. to carente.
antonio diz:
se te chamo de amor nêga é pq ele é real. e isso basta. mas se tu queres eu te amo. tudo bem. eu te amo
antonio diz:
tb ando meio carente. mas ah, definitivamente, essa vida é doida msm. sorte (ou azar) daqueles que se julgam felizes
sofia diz:
eles tomam prozac que eu sei.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

quem paga?

porque em tempos de atos secretos e bodices afins, não achei nada mais elucidativo que esse clássico. viva cazuza!

terça-feira, 23 de junho de 2009

ser ou não ser?


semana passada, o STF derrubou a validade de um diploma de jornalista. jornalistas ficaram em fúria e foram prato cheio para as piadinhas dos mais chegados. faz parte. inevitável. eu, de minha parte, acredito que pouca coisa muda. qualquer redação que se preze continuará elegendo candidatos por meio de sua qualificação, que implica ter uma faculdade de jornalismo. e escritores que fazem as vezes de articulistas também continuarão exercendo seu papel. o fato é que a 'derrubada' não tem justificativa. por acaso as redações pioraram pela falta de jornalistas formados no mercado? existe uma demanda de excelentes jornalistas sem diploma? tem razão você de certa forma desprezar os que passaram 4, 5 anos numa faculdade? e pior: atravancar planos de carreira porque afinal seu diploma já não vale mais tanto assim? é aí que me vejo obrigado a atacar tal respeitável instituição. creio que num país como esse, que afrouxou tudo em prol dessa chinela confortável de brasília e vendou os olhos para os absurdos do Senado, existam casos melhores (e infindavelmente mais urgentes) para serem julgados. por isso, STF, vá arrumar trabalho.

intermitente, adeus


antonio é intenso. mas gosta das coisas leves da vida. admira com igual intensidade uma tarde bucólica no meio do mato e uma pista agitada até 10 da manhã. gosta de praia como gosta de asfalto. é um personagem de dois lados, ambivalente. e gosta de ser assim. ainda que muitas vezes saiba que não dá pra se ter tudo na vida. e bem que ele gostaria, porque tem sede de viver. e de viver tudo-aomesmotempo-agora. nos caminhos tortuosos dessa vida, às vezes tão sem-graça, antonio erra. magoa, é magoado. sofre, faz sofrer. perde, fica perdido. mas ele sabe que não dá pra se ter tudo na vida. e que ponto e vírgula faz parte; que finais existem. e caminha. porque atrás vem gente. e a vida segue.

sábado, 20 de junho de 2009

kelly key blues

maria gadú é uma paulistana de 22 anos que há alguns meses desencantou no rio. em temporada por lá, atraiu caetano veloso e milton nascimento. aparentemente punk, ela surpreende e investe em MPB banquinho e violão. além de autorais e releituras para chico ela até brinca dando verniz blues a baba baby, da kelly key (lembram?). estreia em sp dia 30/6, no studio sp.

volta por cima?

documentário de ricardo dias: mistério que não se desvenda

fui hoje assistir ao documentário 'Um Homem de Moral', de ricardo dias sobre paulo vanzolini. o autor de 'ronda' e 'volta por cima' tem nome menos conhecido popularmente do que sua obra. explica-se: ele é zoólogo e entende tudo de animais, principalmente anfíbios. só que entre um intervalo e outro, este morador do cambuci escreveu pérolas do samba paulistano que muitos desconhecem (ou não sabem sua autoria). entre uma carreira e outra, vanzolini sempre teve foco sobre a primeira. portanto, este trabalho poderia se debruçar sobre este 'mistério', e desvendar as duas facetas. mas não cumpre seu papel. em vez de se aprofundar sobre esta curiosa persona, o diretor envereda para uma solução fácil, recorrendo a inúmeros momentos musicais. salvo um ou outro 'depoimento' interessante, como o de martinho da vila ("como pode? esse cara que não tem ritmo nenhum escrever essas coisas") ou mesmo a preciosidade do registro de adoniran barbosa, ao responder a uma comparação do seu trabalho com o de vanzolini, pouco se vai além. com cerca de 80 minutos de filme, 'um homem de moral' é quase um show-homenagem nas telonas. o que não é ruim - nem bom.

el cabriton

em tempos de overspfw, este blog vai na contramão da parafernália na bienal - que tem seu valor, mas todos sabem que é mais para ver (e ser visto) do que consumo propriamente dito. por isso, alerta aos navegantes que curtem camiseta com estamparia criativa e divertida. a marca el cabriton, que antes vendia na endossa, no Baixo Augusta, abriu um ponto para chamar de seu: também na augusta, mas do lado jardins, na esq. com a alameda jaú. e acessível - em torno de R$ 30 a R$ 50. vale.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

adendo

dan, meu queridis, o depeche mode é dias 22 de outubro, no Rio, e 24 em Sampa. lembrando que as vendas começam dia 14 de agosto.

beirut confirmado

este blog confirma. a banda americana Beirut, comandada pelo sensacional zach condon (de apenas 23 anos), é atração do festival Percpan. Data: 8/9, no Auditório Ibirapuera. I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L. Enquanto isso vejam o novo clipe, 'Concubine', que estará em seu próximo ED duplo.

data e local do depeche mode

agora, sim, está confirmado (quase) todos os detalhes da vinda do Depeche Mode. segundo o site oficial da banda, a turnê brasileira começa no Rio, dia 22, no Citibank Hall. Em Sampa, tocam dia 24, no péssimo Arena Anhembi. As vendas para as duas datas começam dia 14 de agosto no site da ticketmaster (www.ticketmaster.com.br). Só não se sabe ainda os valores.

pergunta que não quer calar

depois da mokaï (de rico mansur e cia.), mais uma balada playba inaugurou ontem nos jardins. tive de ir à inauguração ontem, e escalei paulo planet, parceirasso da high society, pra me acompanhar. nome da balada: blue pepper. de fato, é ardida - logo, difícil de engolir. cheguei por volta da 1h, sozinho. e presenciei uma cena bizarra logo na entrada. um playba louco, sem camisa, surtando, berrava mandando todo mundo tomar no cú. a polícia chegou e foi necessário quatro caras pra imobilizá-lo e enfiá-lo na viatura. ele estava sozinho. a polícia ainda perguntou: "alguém é amigo desse cara?". negativa geral. nova pergunta: "alguém tem dó dele?". nova negativa. pensei bem com meus botões e resolvi encontrar o planet na casa da amiga dele, na mesma rua, na al. lorena, e adiar um pouco minha entrada. papo vai, papo vem. 2h30, hora de ir. ai, meu deus, que tristice. há tempos que eu não frequentava esse metiér. e não conseguia ver como é vazio, como é bizarro, como é... nada. dois whiskys depois, já era hora de ir embora. resultado: tudo errado. e nem a estética salva. hoje acordei pensando no tal louco. qual terá sido o fim dele?

terça-feira, 16 de junho de 2009

sonhos cruzados

selton e vanessa; jean charles e vivian

fui hoje assistir ao aguardado filme 'jean charles'. meio documental, meio ficcional, o longa de henrique goldman retoma a nefasta história que vitimou o inocente brasileiro jean charles de menezes no metrô britânico. suspeito de ser um terrorista, o brasileiro foi covardemente assassinado pela própria polícia, dias após a ocorrência de um atentado. até hoje o caso corre na justiça e não há perspectiva de uma sentença.
transpôr o caso para a película tinha um risco: o de cair no sensacionalismo ou no melodrama. goldman transita entre os dois erros e só sobressai muito em conta pela atuação de vanessa giácomo e selton mello. goldman opta por conduzir a narrativa com foco em um imigrante brasileiro, como tantos outros que vivem em londres. logo, estão ali os dribles para obter vistos ilegais, as dificuldades do começo em terra estrangeira, a familiaridade com aqueles que convivem na mesma situação - e muitos clichês. por outro lado (e aí, ponto positivo), está ali o sentimento comum da saudade e da certa impotência em uma terra que nem de longe é tua.
mas a trama desanda quando começam as notícias dos atentados. se por um lado, o filme ganha com o suspense relacionado aos problemas pessoais de jean charles, ele perde ao colocar as duas ações em paralelo. é neste trecho, aliás, uma das cenas mais simbólicas: a de jean ligando para mãe. como se estivesse perdido em um labirinto, ele telefona apenas em busca de uma voz reconfortante do outro lado. e chora tentando disfarçar o desconsolo.
o desfecho já se sabe. jean passa a ser seguido pela polícia, sem se dar conta disso. e é morto, como noticiaram os jornais. a notícia aos três primos que moram com ele (incluindo giácomo, como vivian) é dada de forma cruel. como quem diz: ups, acho que pisei no cocô. e aí é inevitável uma certa xenofobia àqueles que praticaram tal ato. o filme poderia parar aí. mas ele segue com um sensacionalismo estritamente desnecessário. só vale ficar até o fim pela sensação de vazio que vivian sente quando retorna ao Brasil. aliás, 'jean charles' só vale, como já foi dito, pela dupla em cena.

além do horizonte

outro dia estava num bate-papo com meu irmão gui. disse a ele o quanto estava satisfeito com a produção musical brasileira atual. que fique CLARO: esqueçam a insossa Céu (aquela do 'menino bonito, menino bonito ah') - pra mim uma preguiçosa que não faz nada desde o álbum de estreia (sim, bodiei pacas). aqui, estou falando de novo mesmo. de tiê, curumin, romulo fróes e uma penca da mesma turma que desponta na cena. e que desponta com vontade de se mostrar. com vontade de encarar o palco, com desejo de fazer música - dos pés à cabeça. recentemente, dois nomes tem me chamado (muita) atenção. o primeiro, é marcelo jeneci, nome que já dediquei bastante e merecido espaço neste blog. o segundo é tulipa ruiz, que pude presenciar hoje. até então, só a conhecia de youtube e myspace. e, enfim, fui vê-la ao vivo há pouquíssimas horas. é trabalho autoral de uma menina que vi pelos corredores da puc. que saiu de multimeios para se debruçar a um projeto experimental, bom e despojado. é música brasileira com rock e um quê de brega. sem medo de ser ela. sem medo de ser flor, de ser tulipa. de ser raiz.

dica: às vezes

ps: a quem não conhece, reserve dia 29. Jeneci e Tulipa Ruiz fazem show juntos no Grazie a Dio!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

de caê ao xote

Caetano: a irreverência de sempre (até ao telefone)

Na terça passada tive oportunidade de falar com esse eterno tropicalista, Caetano Veloso. Foi um prazer enorme falar com ele, que é prolixo sim, mas uma simpatia só. Compartilho com vocês a conversa, abaixo, na íntegra.



NOVO DISCO


"O que deu essa cara (roqueira) foi a existência da banda. Quis continuar trabalhando com a banda que armei para fazer o 'Cê'. Então, pensei em fazer alguns tratamentos a partir do timbre da banda com o ritmo do samba".

O REPERTÓRIO E O QUANTO HÁ DE CAÊ NELE

"Você achou que está mais melancólico (que o Cê)? Pode ser... É que em Cê as letras são mais agressivas. Aqui, não são tão agressivas. Então, elas são mais contemplativas, mais reflexivas. Acho que o disco tem um conteúdo mais abrangente. É mais político. Menos do que a vida individual, como em Cê. Quanto a serem mais documentais, de experiências da minha vida, acho que empata. Nos dois discos, como no geral são minhas músicas, elas são mais autobiográficas".

REPERCUSSÃO DA CRÍTICA

"Não vi quem falou bem, vi quase que só falando mal ou meio nada. Sabe o que acontece? Todas as canções com os respectivos arranjos já era conhecido dos shows que eu tava fazendo. Essas opiniões não vêm de uma coisa que estão ouvindo agora. Há uma certa frieza também porque aquilo já é conhecido, ninguém está opinando mesmo. Eu não ligo não. A imprensa pega no meu pé e eu no dela, é assim há muitos anos. Eu gosto de imprensa, mas também tenho que reagir. E assim mesmo".

'LAPA' OS NOMES DO ATUAL ROCK E DO SAMBA

"Aparecem muitas coisas no Brasil. Vejo bandas que vou ver na Cinemathéque, que às vezes nem lembro o nome. Ouço discos antigos, coisas internacionais: americanas e inglesas, onde se dá propriamente a realização da história do rock'n'roll. Naturalmente, ouço o que todo mundo ouve. Mas também algumas que nem muita gente ouve, como Animal Collective, TV On The Radio, Radiohead... E samba, gosto muito da Roberta Sá, adoro ela. E gosto de uma porção de coisa que vou ouvindo. Gostei do disco do Rodrigo Campos... Vi um show aqui (no Rio), que aí é mais pra rock do que pra samba, da Tiê, de que gostei muito. Tinha ouvido só no Youtube o clipe de 'Passarinho' e achei apaixonante. Depois, fui ver o show e gostei muito de uma música que chama Chá Verde. E gostei dela como um todo, a voz, a presença, o show. Ela canta bem sem ficar exibindo que canta muito".

STUDIO SP E A TEMPORADA QUE NÃO VINGOU

"Basicamente, sim, foi por falta de patrocínio. O Alê (Youssef, proprietário) me apresentou um convite através do Hermano Vianna. E eu fiquei animadíssimo. E eles todos, tanto o pessoal do SP como o pessoal do meu escritório, acreditavam que conseguiriam patrocínio para fazer. O lugar é pequeno e teria de ser uma temporada, e ia precisar de apoio. Tem toda a produção, equipe, banda e isso ia precisar de passagem, hospedagem e produção... O local e meu escritório não iam conseguir arcar com isso. O Credicard apresentou proposta de comprar o show. Eu resisti até bem tarde, porque houve uma nova possibilidade de patrocínio. Até que o Alê respondeu tristíssimo que o último cartucho tinha dado pra trás. Ele até sugeriu que o primeiro show fosse lá. Mas, naturalmente, o Credicard Hall comprando o show comprou a exclusividade. Mas um novo show no SP não está descartado. Espero que aconteça sim".

'FALSO LEBLON' E AS DROGAS NA NOVA JUVENTUDE

"Sempre achei e acho racionalmente que a legalização (das drogas) com uma taxação alta e um desestímulo ao consumo é que é a solução. Agora, quando vejo crianças e mulheres acabadas na rua por causa de crack me sinto abalado. Aquele personagem do Tropa de Elite, o policial que foi estudante da PUC, e que o drama ali, de apontar para o menino da elite que aquilo é culpa dele, é verdade, naquela perspectiva. Mas é fato: se não houver consumo não tem porque haver tráfico. É uma cadeia. Eu, pessoalmente, sou suspeito. Não gosto, não tomo droga, nem nos anos 60. Tenho medo, me sinto mal fisicamente. Teve um período que era moda cocaína, eu tinha horror. Já ouvi falar que pinta, que rola. Mas não vi mais. Houve um período que via, hoje não vejo mais. Então essa música é em parte uma lembrança, em parte do que ouvi falar. Odeio tanto quanto odiava antes."

LIBERAÇÃO SEXUAL E PARADA GAY

"Adoro isso. Me lembro que briguei com um jornalista, assim gritantemente, porque, entre outras coisas, disse que o Brasil era um país que não se podia nem fazer uma parada gay, porque a tentativa levaria somente 12 pessoas para a rua. Falei 'esse cara é um idiota, em pouco tempo a parada gay no Brasil será maior que a americana'. E é, estava certo. E fico orgulhosíssimo. Sou a favor de casamento, de adoção, de tudo que for, de tudo o que a pessoa quiser fazer. Não vejo mais nenhuma razão pra se dizer que só pode haver uma relação amorosa entre um homem e uma mulher. Nunca houve razão, mas hoje em dia já se sabe que não há razão".

TOMBO EM BRASÍLIA E O MEDO DA MORTE

"Caí, foi horrível, tomei um susto horrível. Eu tenho muito medo da morte, tinha mais ainda. Porque quando era moço, era mais narcisista ainda. Hoje já não tenho tanto. Mas tenho, tenho medo. Mas não penso muito nisso, não dou tanta importância como eu dava".

SEXUALIDADE AOS 66 ANOS

"Lido da melhor maneira que posso, não fico demasiadamente encucado com isso, não. Vou vivendo... Já sofri muito e já gozei muito também a existência. Já sei como é que se fazem essas coisas, mais do que sabia antes. Então, vou tocando, vou levando..."

O REPERTÓRIO QUE PASSA

"Não tenho nada que não aguente das minhas músicas. Tem umas que passo algum período com um pouco de preguiça de cantar. Às vezes canto porque alguém pede e no meio da música me dá preguiça. A última foi 'Você é Linda'".

ELEIÇÕES 2010

"O que vejo é que há uma candidatura da Dilma e mais nada, porque o PSDB não se decide. Mais uma eleição de Lula é inaceitável, e espero que seja de fato também por ele. É impensável. Agora, o que temos é uma candidatura da Dilma, que tudo bem, é muito simpática. Diz-se que o PSDB poderia sair com o Serra, que tem aquela porcentagem alta nas pesquisas de intenção de voto, ou com o Aécio. E eu não sei. Ainda não saiu, tem que sair. Mas eu prefiro o Aécio".

on the road

esse conjunto de brighton faz um rock alto-astral e comparece à via funchal sexta. the kooks, estarei lá!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

lá vem caê

amanhã e sábado, o cantor e compositor baiano ocupa o gigantesco (e chocho) credicard hall. a base roqueira do anterior 'cê', está impregnada. até em 'incompatibilidade de gênios' (essa pérola de joão bosco e aldir blanc).

nova invasão

sábado, este pop rock estará novamente no studio sp. é o sueco jens lekman, que faz nova invasão por aqui. antes, umas 23h, tem a 'chanson-argentina' de thiago pethit (vale ver. confira esse clipe em animação: http://www.youtube.com/watch?v=wnj9f2-_TKo)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

hoje, no Caderno 2

Segunda-Feira, 08 de Junho de 2009 Versão Impressa

Sem complicação nem exagero, Jeneci canta delicadeza do amor

Em alta com os grandes nomes, o compositor aborda as paixões de forma direta

Pedro Henrique França, de O Estado de S. Paulo

Em tempos de homenagens aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, um nome quer, despretensiosamente, fazer música como o tal. E não é o China, da cover Del Rey. Apesar de ter um pé na mesma origem - filho de pernambucano -, Marcelo Jeneci toma o romantismo do Rei como influência. E, de quebra, empresta a simpatia que deixa meninas encantadas - como mostrou em sua estreia, no Grazie a Dio!, na segunda passada. O frio espantou o público. Mas nem o baixo ibope diminui seu brilho.
Por volta das 22h30, ele sobe ao palco amparado por um virtuose elenco: o baixista Regis Damasceno (Cidadão Instigado), o baterista Curumin e o guitarrista Gustavo Ruiz (Trash Pour 4). Com pouco mais de um ano juntos, o resultado já é digno de longa estrada. Mas ele não está só em companhia de homens. Tem ao seu lado a doce voz de Laura Lavieri, de apenas 19 anos. Essa união é mais antiga - vem da relação musical de Jeneci com o pai da, então, adolescente. Até que, há cerca de dois anos, se encontraram em um show do Cidadão Instigado e detectaram afinidades musicais. "Não era um lance de curtir as mesmas bandas", diz Laura. "Mas em como sentimos a música." Se na ocasião a união foi natural, hoje, diz ele, não há nada que os separem. (Que fique claro: o 'casamento' é apenas musical.)
Como uma dupla sertaneja - gênero que tem como referência, tendo sido gravado por Leonardo (Longe) -, apresenta temas românticos em levada MPB, sem complexidades. Como a delicada Dar-te-ei e a visceral Feito pra Acabar. Sucesso com Vanessa da Mata, Amado também comparece. Em 1h40, Jeneci sobressai nas canções singelas; efeito contrário na investida em rocks ensolarados. O único senão é a interação nonsense com o filme Um Convidado Bem Trapalhão, que arrancou risos em canções densas. O erro será corrigido: no show de hoje, ele espera contar com o VT de Anos Incríveis. Aí, tudo a ver.
Na segunda fase da carreira, após dez anos ao lado de nomes como Chico César, Elza Soares e Vanessa, Jeneci revela material suficiente para estrear em CD. Só espera uma chance do mercado.

Serviço
Marcelo Jeneci. Grazie a Dio!. Rua Girassol, 67, Vila Madalena, tel. 3031-6568. Hoje, às 22 horas. R$ 15.

marília e roberto

essa interpretação de marília pêra em 120, 150, 200km por hora, no concorrido 'elas cantam roberto', até hoje me divide. ora acho incrivelmente bom, outrora acho dramaticamente exagerado. o que sei é que é diferente. e ponto.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

marília e roberto

essa interpretação de marília pêra em 120, 150, 200km por hora, no concorrido 'elas cantam roberto', até hoje me divide. ora acho incrivelmente bom, outrora acho dramaticamente exagerado. o que sei é que é diferente. e ponto.

terça-feira, 2 de junho de 2009

jenecipá

Jeneci e Laura

Muito bom o show de Marcelo Jeneci ontem, na reestreia das segundas do Grazie a Dio!. Com uma banda que dispensa comentários - Curumin, Régis Damasceno e Gustavo Ruiz -, este novo talento paulistano exala bom gosto enquanto compositor e até mesmo como cantor.
E ainda conta com uma petit cantora de voz extretamamente delicada e competente, Laura Lavieri. Mas uma coisa é fato: Jeneci se sai melhor nas composições de temática romântica e sonoridade suave, do que quando se arrisca em rockzinhos ensolarados, ao estilo de Little Joy.
Para ouvir: a bela Dar te ei.


Marcelo Jeneci. Grazie a Dio!. R. Girassol, 65, V. Madalena. Próximo show: 2ª (8), 22h. R$ 20.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

mais uma vez...

Acompanhamos a dor de tantos que perderam seus entes queridos no Airbus A330 da Air France, no trajeto Rio de Janeiro-Paris. Solidariedade a todos.

em cena, a solidão

"Há muita poesia na solidão. E isso me interessa, fascina. Acho bonito quando se consegue ser só sem dor. Na verdade, as pessoas que sofrem por causa disso também são muito interessantes dramaturgicamente. Adoro ficar sozinho, mas se bate a vontade, sei onde estão meus amigos, em que bar estão. Gosto de ficar conversando e bebendo até tarde, sou boêmio mesmo; mas, às vezes, fico o dia todo sozinho em casa e odeio quando o telefone toca".
Palavras de Mário Bortolotto, em entrevista a Beth Néspoli do Caderno 2.