quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

dias de ontem, hoje e... de sempre?

Mãe e filho sobem o metrô. O menino questiona a mãe sobre as notícias das recentes catástrofes naturais e pergunta quem é Bin Laden. A mãe fica sem jeito. Não sabe dizer que no fim das contas é tudo culpa dos homens, dos fanatismos religiosos, da fé imbecil - que não move montanhas, destrói vidas, usurpa os já desfavorecidos, explode bombas. Por um momento, ela faz um flashback. Lembra do tempo que os jovens iam às ruas reivindicar paz. E que, ainda que fossem calados, resistiam bravamente às tentativas de silêncio. Já no fim da escada, o filho puxa a mãe pela mão. "E aí?". A mãe, desorientada, suspira, como alguém que perdera um saque, um chute de bola, a perspectiva de continuar. "Não sei filho". E atravessam a rua.

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