sábado, 28 de março de 2009

sim, sim, sim?

mais uma das seguidoras-cantoras-atrizes-manequins de inri cristo, o cara que se diz jesus. agora, elas atacam de amy winehouse. dá pra crer?

trilha sonora

beirut - postcards from italy

escolha de sofias, marias ou anas

me deparei hoje com essa notícia: "Ato contra o aborto reúne 4 mil na Praça da Sé". demorei a acreditar. primeiro pelo tema em si, em pleno século 21. mas sobretudo pela falta do que fazer. busquei entender como (e por quê?) uma pessoa sai às ruas para protestar contra algo que se ela não quiser basta ela não fazer. por qual razão iria reivindicar contra algo que minha suposta ideologia - ou crença - diz que eu não devo fazer, mas que se alguém fizer não irá me provocar absolutamente nada?
tudo bem que você não aceite, mas querer proibir que ela faça? por quê?
trata-se de uma questão particular. quem o pratica (ou já praticou) pode não ter condições financeiras, ser piscologicamente desestruturada, ter 9 anos e ser estuprada pelo pai ou padrasto, ter uma vida profissional que exige 24 horas de escritório. ou acreditar que está na hora errada. não importa. é uma escolha - e que elas sabem que levarão um tempo para se recuperar (e não estou falando de nada físico). é fato; inevitável. uma escolha que tem um preço que dinheiro não compra. por essas e outras questões que até agora não consegui encontrar o porque de ir contra a algo que não te afeta. isso não é egoísmo?

quinta-feira, 26 de março de 2009

coisas de uma primeira vez

ele está tenso. eu, na janelinha, ligo o ipod e começo a folhear as revistas. bem antes do avião partir o cinto dele já está afivelado conforme as regras. "deve ser um medroso", penso eu. ele olha de um lado pro outro. pra cima e pra baixo. e me olha como querendo despejar uma sequência de dúvidas e anseios. não demora para ele me cutucar. "já vai partir?". tiro o fone e respondo, afirmativo. quando então a aeronave começa a andar ele revela: "nunca andei nesse troço não. ia pra fortaleza de ônibus, mas minha mulher me disse, 'oxe, deixe de ser bobo hómi. vá de avião'". foram 45 min. de viagem e pelo menos umas 10 cutucadas.
"esse barulho é normal?". "ele balança assim mesmo?". "será que eu posso ouvir mp3 no celular?". "pq aquele cara pode usar laptop?". "essas coisas (refrigerante, salgados..) que eles estão oferecendo pra gente é pra pagar?". "tu conhece o mc leozinho? ele mora no meu bairro, vou te mostrar umas fotos dele quando eu puder ligar o celular". "esse avião tá indo pra onde?". "eu tenho que pegar outro pra ir pra fortaleza?". "até mais", nos despedimos. e o nome dele eu não sei.

revoada


praia da cacimba, fernando de noronha

olhar singelo


fortinho do boldró, fernando de noronha

na dpf

não poderia ser diferente. ontem, após 36 dias rodando o nordeste com direito a alguns dias finais no rio de janeiro, fui do aeroporto direto pro bar. estava com muita saudade dos meus fiéis amigos - e da boa e velha mesa da mercearia são pedro. mas hoje foi difícil acordar - e nem foi por conta da ressaca. de frente para o computador começo a ter noção da volta ao cotidiano. e, por mais que meus dedos estejam ansiosos para escrever uma nova matéria, sinto uma sensação de vazio. depois de 36 dias dormindo em casas de conhecidos, pousadas e albergues é estranho ter essa noção do 'estar em casa' - a sua casa. minha cama, meu cachorro, as fotos dispostas na escrivaninha... está tudo ali. ou quase tudo. a presença se faz concreta em corpo real, mas a cabeça ainda está na estrada. pensando em cada praia, em cada 'amigo de passeio', nos perrengues, nas paisagens que jamais sairão da cabeça. de cada acordar, de cada noitada. não sei se é uma dpf (depressão pós-férias). o fato é que estou renovado. pronto pra recomeçar. só não sei ao certo onde. e com quem.

terça-feira, 24 de março de 2009

saudades de um tempo que não vivi



não é a primeira vez que sinto saudades de algo que não vivi. e, racionalmente, parece tão estranho um sentimento que, a princípio, se faz necessário ter alguma experiência real para existir. mas é que mais uma vez essa cidade mexeu comigo. não tem erro. é desembarcar - no galeão ou no santos dumont - para já não ter mais vontade de sair. mas minha última ida ao rio de janeiro me provocou conflitos. pela primeira vez senti a sensação de bomba-relógio nessa cidade. um misto de medo e de incerteza. no último domingo, copacabana - onde estava hospedado - ficou com ares de cidade sitiada. carros e carros de polícia por todas as esquinas. um estampido de tiro aqui e ali. e aquelas cenas, que tanto acompanhamos nos morros, desceu ao asfalto. e meu sentimento de adoração por essa cidade maravilhosa ruiu - por instantes. ontem fui assistir ao novo documentário de helena solberg: 'Palavra (En)Cantada'. E aí sim bateu o tal sentimento que falara no início deste post. Ao ver Martinho da Vila dizer que o Rio mudou muito, fica evidente a transformação radical vivenciada aqui. É como reforça Chico Buarque: "Noel Rosa subia o morro para comprar samba. A classe média e alta subia o morro, naquele tempo, pra comprar samba". Isso mudou. E muito. E é triste, muito triste, aceitar a incompetência das autoridades. Ou melhor, sua leniência. Acompanhar de camarote, polícia e tráfico viverem uma suposta guerra - que nos bastidores é a mais pura e fina harmonia. Armas daqui, dinheiro acolá. E a população refém de uma situação que não há uma ponta de esperança de se reverter. E mesmo assim não consigo me livrar da vontade de morar aqui. E decidi que não vou lutar contra essa vontade. Pelo contrário. É pela saudade de um tempo que não vivi - e pelo que já vivi - que meu destino parece estar fadado à Cidade Maravilhosa.

segunda-feira, 23 de março de 2009

um acontecimento chamado radiohead

eu nunca fui über fã. mas de uns tempos pra cá, o rockzinho me pegou. e thom yorke e sua trupe não poderiam ficar de fora. pois, na última sexta, foi a vez de ver a tão aguardada turnê brasileira da banda britânica. ali, na praça da apoteose, algo de muito louco aconteceu. e quebrou todos os parâmetros de alta qualidade musical e técnica em palco. a noite começou cedo, às 19h, com os barbudos los hermanos. um show nostálgico, cheio de hits e muita ovação de um público saudoso da banda carioca. logo depois, foi a vez do kraftwerk. um anticlímax para quem já estava no embalo das guitarras. onde já se viu uma atração eletrônica em meio a duas bandas de rock. nada a ver; mas nada parecia ter o potencial de tirar luz sobre a principal atração da noite. eles começaram pontualmente, às 22h30. e dali até quase 1h da manhã mostraram porque foram - e são - tão importantes para o rock. E para a música. É difícil explicar o que foi colocado ali no palco. O cenário com tubos que se transformavam em enormes spots de luz interagia perfeitamente com os recursos audiovisuais, de câmeras que os flagravam em ação e jogavam-nos aos telões. Mais do que isso Yorke levou suas belas canções - com foco no último 'In Rainbows'. Passando por outros clássicos da discografia, a exemplo de Paranoid Android. Uma crítica do Globo afirmou que Creep, uma das saideiras, não combinava mais com os rumos do Radiohead. Discordo. A execução apenas comprova porque logo no início da carreira a banda estava fadada a marcar história. E foram muitas marcas. Aquela sexta e o último domingo (em São Paulo) foi apenas mais uma: apoteótica e devastadora.

quinta-feira, 12 de março de 2009

com emoção

o passeio é típico, manjado. mas uma tradição. e que deve ser realizada por qualquer um que passe por natal. hoje foi meu dia. dunas, dunas e dunas. um sol daqueles de rachar (sabe, mais de 20 dias nesse estado?). e lá fui eu, no meio do buggy com uma família de curitiba. solo. skybunda? eu vou!
aero-bunda? também. dunas com ou sem emoção? com, é claro. tudo com cerveja e a eterna caipirinha (o drink das férias do xote!). é um passeio incrível, por pequenos paraísos ao norte de natal. de redinha a muriú, passando por genipabu, jacumã, santa rita e sei lá mais quantas praias. horas de muita emoção. perfeito para me lançar de vez a noronha!

quarta-feira, 11 de março de 2009

seguindo a canção

agora, estou sozinho. ontem, depois de um dia incrível em galinhos - um paraíso na terra a 160 km de natal -, ele começou a assobiar: "caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não." eu me supreendi: tá mesmo assobiando o que eu estou escutando? "sim". era o último dia da companhia dele, após 23 dias juntos rodando por pernambuco, paraíba e rio grande do norte. soou para mim como um recado: "agora é só vc maninho". hoje, ele se foi. as férias dele acabaram - e eu ainda tenho mais 16 dias. agora, estou sozinho. e saudoso do meu irmão. foram 23 dias de perfeita sintonia, de praias incríveis, de muitas cervejas e brindes. de muitos sorrisos, de muitos cochilos de fim de tarde, de loucuras compartilhadas. de pura irmandade. e da certeza que caminharemos muito ainda juntos. na alegria e na tristeza. agora, estou sozinho. vou me lançar em noronha (uma loucura parcelada no cartão de crédito). ainda tem radiohead no rio de janeiro. aí sim, será o início da volta à vida normal. na companhia de caio e mauricio. mas agora, estou sozinho. e ansioso pelo que me espera naquele paraíso rigorosamente preservado. noronha, aí vou.