sábado, 28 de março de 2009

escolha de sofias, marias ou anas

me deparei hoje com essa notícia: "Ato contra o aborto reúne 4 mil na Praça da Sé". demorei a acreditar. primeiro pelo tema em si, em pleno século 21. mas sobretudo pela falta do que fazer. busquei entender como (e por quê?) uma pessoa sai às ruas para protestar contra algo que se ela não quiser basta ela não fazer. por qual razão iria reivindicar contra algo que minha suposta ideologia - ou crença - diz que eu não devo fazer, mas que se alguém fizer não irá me provocar absolutamente nada?
tudo bem que você não aceite, mas querer proibir que ela faça? por quê?
trata-se de uma questão particular. quem o pratica (ou já praticou) pode não ter condições financeiras, ser piscologicamente desestruturada, ter 9 anos e ser estuprada pelo pai ou padrasto, ter uma vida profissional que exige 24 horas de escritório. ou acreditar que está na hora errada. não importa. é uma escolha - e que elas sabem que levarão um tempo para se recuperar (e não estou falando de nada físico). é fato; inevitável. uma escolha que tem um preço que dinheiro não compra. por essas e outras questões que até agora não consegui encontrar o porque de ir contra a algo que não te afeta. isso não é egoísmo?

Um comentário:

Lena Dib disse...

Eu sou mulher e sou contra o aborto. Pode parecer estranho, mas a lógica é a seguinte:

Ninguém pode responder a pergunta quando a vida começa. Há quem acredite que um feto já tem vida (eu por exemplo). Afinal, já tem coração batendo, já tem unha, já tá ali prontinho, mesmo que do tamanho de um caroço de feijão. E isso com menos de 3 meses.
E se vc acredita que esse carocinho de feijão com coração batendo está vivo, um aborto significa o mesmo que um assassinato.
Ora, eu não assassino uma criança de 3 anos, e nem por isso acho ok alguém assassinar seu filho de 3 anos, simplesmente pq isso é uma escolha.
Se o feto é uma vida, então a escolha da mãe impacta outra vida tanto quanto se eu atirasse a queima roupa em uma criança de 3 anos passando na rua. Entende? Não é tão simples assim.
A questão é entender quando a vida começa. Mas pelo sim, pelo não, melhor não matar nenhuma vidinha.

Lógico que em casos de estupro, risco para mãe, ou comprovada morte da criança antes de nascer, não há porque a mãe não poder escolher se quer ou ter aquela criança.

Porém, nos demais casos a escolha pelo aborto me soa egoísta. Sei q isso vai impactar a vida da mae que pode ser uma adolescente, ou nao ter condicoes de criar seu filho seja financeiramente ou psicologicamente. Porém, é possível entregar a criança à adoção. De repente, essa vida que seria tirada pode ter uma história completamente diferente...uma história escolhida pela vida, por ela, e não simplesmente pela mãe da criança.

é por isso que nem todas as escolhas podem ser respeitadas. Afinal, não respeitamos (e nem deveriamos) uma mae que jogue seu bebe numa lagoa para morrer afogada.