segunda-feira, 3 de maio de 2010

Simples, belo e adolescente


Quem aqui nunca fez (ou foi alvo de) fofoca na escola? Quem não lembra daquela que fez a farra sexual de todos os caras do ginásio e do colegial? Ou quem não teve a primeira paixonite adolescente ou aguentou calado (no máximo compartilhou com aquele amigo que você jurou que seria pra vida toda) uma crise familiar? E que atire a primeira pedra quem nunca viu um cigarro de maconha (o baseado) sendo enrolado e fumado no recreio ou na saída. O roteiro pouco muda desde que criaram-se os primeiros muros da escola.
Ser adolescente e achar que está virando adulto é quase sempre recheado com os mesmos ingredientes. É que nem receita, com um ingrediente a mais ou a menos e uma outra forma de preparo. É por isso que Laís Bodanzky (de 'Bicho de Sete Cabeças' e 'Chega de Saudade') tem comovido tanta gente por aí. Porque fala para todas as idades, seja quem está vivendo, seja quem hoje vive o sabor da nostalgia.
Os dramas adolescentes estão todos lá, com aquela intensidade de quando você tem 15 anos e já acha que ser adulto é, de fato, foda (porque, afinal, você já acha que é um, principalmente nas argumentações com seus pais. Aquela necessidade de afirmar que agora é 'de igual para igual'). As histórias estão ali, situadas no mundo de hoje - com a intensa comunicação pelo celular e com uma personagem que registra todos os acontecimentos da escola (todos, mesmo!) no blog.
O elenco é outra escolha feliz de sua diretora, em que se destaca Francisco Miguez, em contraponto a Fiuk (o filho de Fábio Jr.), que pouco acrescenta em cena, apesar de seu personagem permitir isso - ele é carregado de problemas psicológicos; está em depressão. Rasteiras e superações; descobrimentos e frustrações; festinhas e brigas; a primeira vez e o não.
Esses sentimentos ambíguos são levados às telas de forma que é impossível compartilhar da mesma sensação de um dos protagonistas. "Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce. Só é mais complicado."

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