domingo, 1 de fevereiro de 2009

música à flor da pele

já em são paulo, direto do plantão, sou acometido por uma saudade. uma saudade de uma cidadezinha que jamais imaginei nutrir tal sentimento. eu sei que o mesmo é temporário. não consigo imaginar morar em uma cidade de 160 mil habitantes, que às 18h fecha as portas do comércio e, com exceção de um outro bar, se cala. a verdade é que este sentimento vem de uma situação, de um evento, de pessoas. a saudade de Jaraguá do Sul é pelo que ouvi e vivi junto com professores e alunos em menos de 48 horas, no festival de música de santa catarina. ali, vi cenas que talvez jamais verei. vi manifestações de agradecimento que vão ficar por um longo período na minha memória. ali, naquela cidadezinha, cerca de 500 estudantes se reúnem em uma espécie de acampamento musical. é um intenvisão de estudos, em que os professores passam por nomes como Carlos Prazeres, Fany Solter, Antonio del Claro, Shmuel Ashkenazi, Rita Costanzi, Fábio Cury, etc. Pianistas, fagotistas, maestros, oboístas, violoncelistas, violinistas... músicos que se misturam - de aspirantes a consagrados. que trocam experiências continuamente, e dividem salas e mesas de almoço/jantar/cerveja. todos abrem sorriso e fazem olhos brilharem ao falarem da sua participação. e a reação não se restrinje a alunos. professores também relatam a experiência como algo jamais visto em outra ocasião, em outro festival. gabriel prazeres, diz ter passado por vários, e nunca ter presenciado um clima de confraternização como no femusc. e o trunfo, dizem alunos e professores, é de alex klein. e eles não estão sendo demagogos. oboísta, maestro e diretor artístico, o fundador do festival está o tempo todo presente, pra lá e pra cá. veste a camisa literalmente, conversa com qualquer aluno que vier falar com ele. um desses se despede antes da hora. diz ter um concurso para prestar na banda sinfônica da APM, em Vitória. Alex, como um paizão, diz que espera que ele volte. deseja sucesso, com sorriso estampado no rosto. e me diz que a maior realização é quando chega à noite e todos eles se misturam na mesa do Quik Dog, a lanchonete-bar da região. claro, lembra ele, uma outra realização é que um dia um maestro como prazeres veja um daqueles meninos e meninas numa audição da petrobras sinfônica e lembre-se: "você é aquele do femusc". e porque essa ânsia em formação musical? "o que eu vou dizer para um menino que quer ser músico? que ele desista da ideia e vá ganhar dinheiro com outra coisa? não. a gente precisa empurrar esses sonhos."

Um comentário:

Renata Megale disse...

muita saudade do meu gato master.
beijo