domingo, 17 de maio de 2009

maratona jazz

Depois de três dias de Bridgestone Music Festival, fica bem difícil escolher o melhor. o evento começou quinta com a companhia do gui para ver o talentoso e exibicionista pianista, robert glasper. foi bom, mas eu corroboro a comparação de uma amiga minha, juliana vettore, "às vezes parecia piano bar do hotel renaissance". e um dado era incontestável: estavam todos ali para ver jimmy cobb e sua so what band. ou melhor para conferir a execução, na íntegra, de uma bíblia do jazz, o 'Kind of Blue', de Miles Davis.... Cobb está muito bem acompanhado e seu trio de sopros (sax e trompete) nada deixa a desejar.
Na sexta era dia de mais 'kind of blue', com Celo e Dan. Mas antes da grande atração, René Marie e seu quarteto, com participação de Jeremy Perelt. Uma negona incrível, com uma voz assombrosa. A apresentação, porém, recaiu para momentos muito introspectivos em certos instantes. E René chegou a ser hostilizada ao interpretar trechos do hino americano. Ok, está certo que, pô, vc está no Brasil: para quê fazer isso? Mas, também, vaiar? Ah, discurso anti-americano ficou demodé.
Sábado, arrastei Isa e Thata para verem dois shows impressionantes. Primeiro, o duo alemão Tok Tok Tok, que tem à frente a sensacional cantora Tokunbo Akinro e o saxofonista Morten Klein. Esta nova sensação do jazz contemporâneo mostrou vigor no palco com as boas pegadas do último álbum, 'He & She'. Depois, era a vez de Bettye LaVette. Esta mulher tem uma história curiosa: ela chegou a registrar um álbum em 1972, mas, à época, ele não foi lançado. E Bettye ficou vagando durente todos esses anos em pequenas participações, nada relevante. Até que, no início dos anos 2000, um selo francês a descobriu e desengavetou o trabalho. De lá pra cá, Bettye ficou cult. A consagração, porém, veio em janeiro deste ano, quando, ao lado de Bon Jovi, ela interpretou 'A Change is Gonna Come', na posse de... Barack Obama. No Brasil, Bettye mostrou impressionante desenvoltura e uma voz, que pelo amor de deus...
Bettye, tardiamente, está aproveitando cada segundo deste momento. E, nós, agradecemos. Em tempos de provável extinção dos dois maiores festivais de pop rock do País - Tim Festival e Planeta Terra -, o Bridgestone veio (muito bem) a calhar.

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