quinta-feira, 1 de outubro de 2009

a violência a serviço do drama de andréa


O filme 'Salve Geral', que estreia sexta (2) nos cinemas, antes de tudo é um melodrama. Não é o tal filme que retrata os atentados do PCC, como se tem dito por aí. É, sobretudo, um filme de Andréa Beltrão. Depois de 'Verônica', é ela quem novamente sobressai no novo longa de Sergio Rezende (de 'Zuzu Angel'). E mostra um poder de atuação que a coloca entre as melhores atrizes do atual cenário brasileiro. A mulher escrachada de 'A Grande Família' ou de 'As Centenárias' se sai com igual maestria em papeis dramáticos. Aqui, em 'Salve Geral', o filme escolhido pela Secretaria do Audiovisual para tentar uma vaga no Oscar, Andréa Beltrão é Lúcia, uma viúva professora de piano que tenta a todo custo tirar o filho da prisão, acusado de assassinato. Em meio a luta, Lúcia conhece Ruiva (Denise Weinberg em ótima atuação). Ruiva é advogada de um dos manda-chuva do PCC. Sem dinheiro, Lúcia alia-se a Ruiva e se envolve com o crime - até romanticamente. E onde entra os atentados que paralisaram São Paulo em maio de 2006? O caso aparece na reta final da trama, em cerca de 25% do filme. O "11 de setembro" dos paulistanos aparece no trânsito caótico, na cidade vazia ainda no início da noite e nos noticiários. Revela ainda o acordo realizado entre secretário de governo e bandidos para interromper o estado de sítio que a facção criminosa impôs. É um filme de qualidade, que pode provocar dúvida em quem já está saturado da onda de cinema violento - Cidade de Deus, Carandiru, Tropa de Elite e Última Parada 174. Mas vale a ressaca. Andréa Beltrão é um excelente engov.

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