procurando um vídeo para falar (tardiamente) de tia doca, me deparo com isso. fala por si só. essa pérola da portela, que se foi no último domingo, teve um enterro à altura. com samba e emoção pulsante. sem jamais esquecer a batucada. tristeza escondida na alegria. adeus tia doca.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
facinho de grudar
o vídeo acima é 'Dog Days Are Over', da jovem londrina Florence. E que desponta com o pé na porta na cena. bom...
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
cartas de jaraguá
hora de ver o primeiro concerto. de profissionais - e "sonhadores", como denomina Klein.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
atualização teatral

O fim de semana foi bom para me atualizar no circuito teatral. Sexta, após entrevistar Grace Gianoukas do Terça Insana, era vez de enfim ver Hamlet, a peça de Shakespeare estrelada por Wagner Moura, em cartaz no Teatro Faap. Supreendente. E contemporâneo. Há tempos eu queria ver esse ator baiano ao vivo, mas ao mesmo tempo tinha um certo receio com a grandiosidade armada em cima da montagem. Críticas de lá, críticos de cá. Uns amavam, outros dormiam. Alguns diziam que Wagner Moura chegava à beira do ridículo ao forçar sua insanidade. Outros, que a linguagem contemporânea era equivocada. Não tenho como dizer sobre o início. Mas se havia esses problemas, eles foram limados. E não é de Moura o trunfo desta encenação. Mas uma soma de qualidades. Destacam-se: Tonico Pereira, como o 'tio-padrasto'; Georgiana Góes, no papel de Ofélia; e o ator que encarna o pai de Ofélia. Vai bem também Carla Ribas, a atriz de 'A Casa de Alice', no papel da mãe de Hamlet, e Mateus Solano, como Horácio. Além de um elenco afiado, a forma que Aderbal Freire Filho dispôs os atores em cena e o cenário e figurino utilizados transportam a tragédia de 1600 (ano em que foi escrita) para os dias atuais. E nada mais atual, em tempos de guerra, do que banalizar a morte. Mostrar o quanto o ser humano é mesquinho e quantas mortes são inúteis em prol de um desejo egoísta. É verdade que as 3h30 tornam-se cansativas a certa altura. Cenas como a dos coveiros divagando poderiam ser facilmente retiradas, sem perder absolutamente nada. Mas o desfecho trágico e sua lição de moral perdoam os deslizes, ou melhor, os excessos.
Outra peça surpreendente em cartaz é 'Agreste', no Parlapatões. E aqui sobressai fundamentalmente a atuação dos atores Paulo Marcello e João Carlos Andreazza. E o texto delicado e poético de Newton Moreno. Ao contrário de Hamlet, com um elenco de cerca de dez atores, Agreste coloca apenas os dois em cena. No escuro, Paulo e João começam a narrativa sobre um casal de lavradores que descobre o amor e foge. Paulo e João vivem homem e mulher quase ao mesmo tempo, intercalando falas. É quase um teatro lírico, que eu nunca havia visto igual. A aposta poderia cair no vazio. Mas não. Em apenas uma hora, Paulo e João destilam o texto de Moreno de forma pontual e afiadissíma. Poeticamente e sensivelmente, sem ser piegas. E abordam o preconceito no ponto-x da questão. Sem qualquer violência.
churras bebedourense

"carne", diz um. "a deia parece a francine do BBB", diz outro. está armada a piada. "14h, lá", avisa helô.
mas 14h só tava eu e deia ali, esperando. o churras só foi começar pra mais de 16h, no fim das contas. mas tava num horário bom, se soubesse até onde iria. gi, du, loris, helô, nelo, pegoraro, rafa... e não parava de chegar mais. pri, ju1, ju 2, planet... Até a Maysa ressuscitou e esteve no terraço da Ana Rosa. Agregados e bebedourenses. numa harmonia jovem que só vendo. cervejas de lá, carninhas de cá. rockzinho de lá, sambinhas de cá. pra lá e pra cá. foi assim até mais de 2h. muitas risadas e até umas tiradas de sarro com aquele que adora ser piadista (e desagradável) e lá vamos nós. porque nesses encontros de interior não tem espaço para chatices. e quando tem, resolve-se rápido. sem estress. sobra apenas para os comentários do dia seguinte. com ressaca e língua afiada. e tá bom demais.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
pós-fecho
terreiro de mart
ela atende o telefone sempre com uma voz de don't worry, be happy. da mesma forma como entra no palco. sempre alegre, despojada, no melhor estilo 'nem aí, vamo que vamo'. ela diz que vai ficar dois meses sem beber, "porque precisava segurar um pouquinho". eu dou risada, e penso comigo mesmo: "putz, devia seguir o método". diz que está animada para o carnaval. e eu questiono: "e não vai tomar umas?". ela ri, diz que vai tentar se segurar para ter mais fôlego.
filha de martinho da vila, mart'nália já saiu da sombra do pai. e por méritos próprios. trilha sonora global, agenda lotada e a mesma simpatia de sempre. de quem é do samba e descompromissada da vida. é por isso que filas se formaram no Bourbon Street, na última terça. E fez do comportado espaço uma boa pista de samba. bom demais. música e cerveja - e sem bodice.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
será?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
recordar - sempre
Lição do fim de semana: recordar e rever é bom demais. E valorizar mais aqueles que te valorizam, idem.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
coisas da vida
a vida depois dos 40
sessão pipoca
olhar inseguro

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
marcas de elza

terça-feira, 13 de janeiro de 2009
o retorno
pois é. tudo indica que a pausa anunciada em 2007 foi apenas tempo (proveitoso, diga-se de passagem) para Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo experimentarem novas situações - ou mostrassem o que cada um representava na banda carioca, que explodiu com Anna Júlia, em 99. Os boatos de que Los Hermanos tocam no Just a Fest (0 festival que trará Radiohead) se confirmaram. Portanto, além do aguardado Thom York, quem for à Chácara do Jockey dia 22/3, ou, como eu, ao show do Rio, no dia 20, também irá conferir o já anunciado Kraftwerk e, de quebra, Los Hermanos e a revelação de Cuiabá, o Vanguart. Deixo aqui uma música dos hermanos que, particularmente, gosto bastante.
coisas de gordo

do rock ao rock, as novas baladas
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
hitzinho indie
rockzinho sensação na pista da Neu, a nova casa da Água Branca, do Guab (ex-Milo Garage)
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
é pela paz que eu quero seguir

rock do fim
2009 começou. E com força total. Depois de um fechamento intenso e de ficar até 3h da manhã todos os dias da semana em ilha de edição para finalizar um sonho chegou o momento de começar a relaxar e curtir o sagrado fim de semana. Que terá trabalho também. Mas que começa rock'n'roll no bom sentido da palavra. Hoje é dia de ver a despedida de um grande parceiro, o homem da trilha sonora do Ecos. E que, por coincidência, a banda da qual se desdede chama-se Ecos Falsos. Ele, é o Felipe Daros. Um cara do bem e talentoso. E que vai se encontrar no seu novo caminho. Por ora, Ecos Falsos no Centro Cultural São Paulo. Fica aqui o clipe de 'Bolero Matador' (repare na dançarina ao fundo. outra jóia recente, Lu Orvat, mulher do Felipe).
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
titânicos
Uma grande família. Mais que um casamento. Em uma convivência duradoura, pacífica e verdadeira. Arnaldo, Branco, Paulo, Nando, Sérgio, Marcelo, Charles, Tony. Oito rapazes, poucos desejos e muita vontade de curtir. Do palco do Fábrica do Som, no Sesc Pompéia, em 83, para programas de Chacrinha, Hebe Camargo e Faustão. O hit? Sonífera Ilha. A partir dali, a vida daqueles então garotos foi transformada. Como uma família, cada um a seu estilo. Curtindo a vida adoidado. E (quase) tudo capturada pelas mãos de Branco Mello, o membro que (despretensiosamente ou não) quis registrar cada segundo daqueles momentos de fama. No hotel, no palco, no estúdio, em casa. O resultado é uma volta no tempo. E que está no filme "A Vida Até Parece Uma Festa" que estréia dia 16. O título se justifica. A trajetória da banda poderia ser tema de uma grande festa. Mas ela "até parece" pq, na verdade, não foi todo tempo assim. Essa trajetória que passa dos 25 anos teve lá seus problemas. Tony e Arnaldo foram presos com porte de heroína (daí a canção 'Polícia'), dois de seus importantes integrantes (Nando e Arnaldo) deixaram a banda e um deles faleceu em um estúpido acidente de moto. Como num videoclipe, 'A Vida Até Parece Uma Festa' cativa os saudosistas da década de 80. Mas também atinge os mais novos e velhos. Porque a tal banda de rock não foi apenas mais uma. Trata-se de uma das bandas mais significativas do rock brasileiro e entre as mais duradouras. Uma banda que soube amadurecer - tanto que seus ex-integrantes ainda são como parte da família.
Um filme musical, que desperta saudade, seja com 'Marvin', 'Polícia', 'Bichos Escrotos' ou mesmo 'Epitáfio' e 'Isso'. Um filme que revive uma época, por assim dizer, esquecida. Que emociona, a ponto de marejar os olhos.
Um documento histórico da música brasileira. Obrigado Branco.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
ainda no clima pós-virada
Licença... Licença... Ô incensa!
e o mundo não se acabou
Dali em diante, até o dia 4, se completariam sete dias de muita paz. E de muito conforto. E quando digo conforto é no sentido acolhedor. A melhor opção de 2008/2009 foi abraçar a família Manechini/Moraes. Tem coisa melhor que acordar e ter café natural pronto? "Vai um suquinho de laranja, belo?". Ou voltar da balada com diversas opções na despensa? Ou mesmo aquela sobra de um jantarzinho caseiro? Cara, não tem.
E o que dizer da nossa farta ceia de Réveillon? E dançar 'Incensa', com incenso na mão, acompanhado da Biru e da Loris minutos antes da virada? E acabar a luz a 10 min da contagem regressiva? E conhecer as lindas praias - Brava de Camburi e Brava da Almada - graças ao nosso surfer boy, o nenecs? Ou tomar uma chuva fim de tarde na fazenda, com nossas cervejinhas na bolsa térmica. Fala aí, muringa? E um bleckout às 5h da manhã do primeiro dia do ano e ver o sol nascer ao lado de uma roda de samba, cantando "Quem nunca viu o samba amanhecer, vem em Picinguaba pra ver"... Passar horas jogando buraco, ganhar uma única partida de milhares, ingorar e descer a ladeira pra tomar mais cerveja? Ou comer uma porçãozinha de lula, pastel, brigadeiro e pipoca numa mesma tarde nublada? Conversar com o jorge horas a fio, graças minha parceira fiel, a Biru? Ou tomar um mé incentivado pelos veteranos Dirceu e Luis? Ou falar da vida, de música e Fortaleza com as santíssimas Ellen e Edla?
Ah, aquela casa nunca mais será a mesma. Ou melhor, será. Mas cheia de boas energias, após uma semana de muita tranquilidade. De muita natureza. De fogos e latidos. De abraços e beijos. De cigarras e aranhas. De lagartos e borboletas. Com direito a um companheiro Simon na ponta dos meus pés para subir a serra. Tudo diferente dos últimos anos. É farra com jeito de almoço familiar. Com limites e liberdades. E sem nenhuma futriquinha. Afinal, passamos longe dessa.
É. 2009 chegou e o mundo, já lembrava Assis Valente, não se acabou.