sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

não deixe o samba morrer

procurando um vídeo para falar (tardiamente) de tia doca, me deparo com isso. fala por si só. essa pérola da portela, que se foi no último domingo, teve um enterro à altura. com samba e emoção pulsante. sem jamais esquecer a batucada. tristeza escondida na alegria. adeus tia doca.

pixtinha

empire of the sun e a sua 'walking on a dream'. aposta da NME e cara de pixtinha neu/milo.

facinho de grudar

o vídeo acima é 'Dog Days Are Over', da jovem londrina Florence. E que desponta com o pé na porta na cena. bom...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

cartas de jaraguá

passam das 20h e eu escrevo cansado, depois de uma noite de chopp até 4h, quase perder o voo, ir de SP a Joinville, e de carro para Jaraguá do Sul, depois de um bolo de 1h30 do motorista. mas curioso. estou em uma cidade localizada a 60km de Joinville. vim conhecer o femusc (festival de música de santa catarina). um festival-escola de música erudita, que tem Alex Klein como idealizador. o pouco que vi me chamou atenção. jovens de vários países, quase sempre com instrumentos em mão, circulam pelos corredores de um enorme prédio, o Scar. e, claro, tocam. nos palcos - e nos corredores. são os estudantes, lembra Klein, que fazem o evento acontecer. eles se inscrevem e sugerem os professores (com músicos de orquestras de vários países). que vão dar aulas, mas também vão se apresentar. juntos: alunos e professores. o cara, cuja meta "é empurrar esses músicos", acredita fielmente no projeto. estima que "futuramente" teremos quartetos e quintetos de nível internacional, que se dedicam "integralmente" àquilo, e não só de vez em quando. questiono: quando? "não sei, não importa. isso vai acontecer". então, tá.
hora de ver o primeiro concerto. de profissionais - e "sonhadores", como denomina Klein.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

atualização teatral


delicadeza em cena de Agreste

contemporâneo e visceral, em Hamlet

O fim de semana foi bom para me atualizar no circuito teatral. Sexta, após entrevistar Grace Gianoukas do Terça Insana, era vez de enfim ver Hamlet, a peça de Shakespeare estrelada por Wagner Moura, em cartaz no Teatro Faap. Supreendente. E contemporâneo. Há tempos eu queria ver esse ator baiano ao vivo, mas ao mesmo tempo tinha um certo receio com a grandiosidade armada em cima da montagem. Críticas de lá, críticos de cá. Uns amavam, outros dormiam. Alguns diziam que Wagner Moura chegava à beira do ridículo ao forçar sua insanidade. Outros, que a linguagem contemporânea era equivocada. Não tenho como dizer sobre o início. Mas se havia esses problemas, eles foram limados. E não é de Moura o trunfo desta encenação. Mas uma soma de qualidades. Destacam-se: Tonico Pereira, como o 'tio-padrasto'; Georgiana Góes, no papel de Ofélia; e o ator que encarna o pai de Ofélia. Vai bem também Carla Ribas, a atriz de 'A Casa de Alice', no papel da mãe de Hamlet, e Mateus Solano, como Horácio. Além de um elenco afiado, a forma que Aderbal Freire Filho dispôs os atores em cena e o cenário e figurino utilizados transportam a tragédia de 1600 (ano em que foi escrita) para os dias atuais. E nada mais atual, em tempos de guerra, do que banalizar a morte. Mostrar o quanto o ser humano é mesquinho e quantas mortes são inúteis em prol de um desejo egoísta. É verdade que as 3h30 tornam-se cansativas a certa altura. Cenas como a dos coveiros divagando poderiam ser facilmente retiradas, sem perder absolutamente nada. Mas o desfecho trágico e sua lição de moral perdoam os deslizes, ou melhor, os excessos.

Outra peça surpreendente em cartaz é 'Agreste', no Parlapatões. E aqui sobressai fundamentalmente a atuação dos atores Paulo Marcello e João Carlos Andreazza. E o texto delicado e poético de Newton Moreno. Ao contrário de Hamlet, com um elenco de cerca de dez atores, Agreste coloca apenas os dois em cena. No escuro, Paulo e João começam a narrativa sobre um casal de lavradores que descobre o amor e foge. Paulo e João vivem homem e mulher quase ao mesmo tempo, intercalando falas. É quase um teatro lírico, que eu nunca havia visto igual. A aposta poderia cair no vazio. Mas não. Em apenas uma hora, Paulo e João destilam o texto de Moreno de forma pontual e afiadissíma. Poeticamente e sensivelmente, sem ser piegas. E abordam o preconceito no ponto-x da questão. Sem qualquer violência.

churras bebedourense

o combustível no churras da Maysa
De um email aqui, outro ali o churras bebedourense se formou. e a combinação começou lá pela terça-feira. não precisa de muito para os bebedourenses se agitarem. basta mesmo um email.
"carne", diz um. "a deia parece a francine do BBB", diz outro. está armada a piada. "14h, lá", avisa helô.
mas 14h só tava eu e deia ali, esperando. o churras só foi começar pra mais de 16h, no fim das contas. mas tava num horário bom, se soubesse até onde iria. gi, du, loris, helô, nelo, pegoraro, rafa... e não parava de chegar mais. pri, ju1, ju 2, planet... Até a Maysa ressuscitou e esteve no terraço da Ana Rosa. Agregados e bebedourenses. numa harmonia jovem que só vendo. cervejas de lá, carninhas de cá. rockzinho de lá, sambinhas de cá. pra lá e pra cá. foi assim até mais de 2h. muitas risadas e até umas tiradas de sarro com aquele que adora ser piadista (e desagradável) e lá vamos nós. porque nesses encontros de interior não tem espaço para chatices. e quando tem, resolve-se rápido. sem estress. sobra apenas para os comentários do dia seguinte. com ressaca e língua afiada. e tá bom demais.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

pós-fecho

depois do fechamento, a noite de ontem foi para brindar com pessoas novas. e de meios diferentes. quem é jornalista, sabe. os rolês geralmente são sempre infestados da mesma patota profissional. o mesmo acontece em outras áreas, imagino. por isso, quando há uma interação corre-se o risco. ou vc sente-se totalmente perdido. ou vc embarca numa boa naquele mundo, a princípio, estranho. foi o que aconteceu ontem entre os advogados. indira, a advogada de sucesso do mercado financeiro, me liga. e como a outra cerveja - com colega jornalista, claro - havia sido adiada, topei ir no aniversário da advogada x no bar da vila. eu, gláucia e indira. e o debochado andré, colega da indira. e mais, pelo menos, uns seis advogados. foi diversão à beça. e alguns chopps... e sem ficar falando de jurisdição. eles sabem mudar de tema. ao contrário dos tantos jornalistas monotemáticos. e isso não é uma crítica. jornalistas são ótimas companhias. mas versatilizar é bom - e preciso.

terreiro de mart

ela atende o telefone sempre com uma voz de don't worry, be happy. da mesma forma como entra no palco. sempre alegre, despojada, no melhor estilo 'nem aí, vamo que vamo'. ela diz que vai ficar dois meses sem beber, "porque precisava segurar um pouquinho". eu dou risada, e penso comigo mesmo: "putz, devia seguir o método". diz que está animada para o carnaval. e eu questiono: "e não vai tomar umas?". ela ri, diz que vai tentar se segurar para ter mais fôlego.
filha de martinho da vila, mart'nália já saiu da sombra do pai. e por méritos próprios. trilha sonora global, agenda lotada e a mesma simpatia de sempre. de quem é do samba e descompromissada da vida. é por isso que filas se formaram no Bourbon Street, na última terça. E fez do comportado espaço uma boa pista de samba. bom demais. música e cerveja - e sem bodice.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

será?


desde que se instaurou a rivalidade obama X hillary, depois obama X mccain, eu me perguntei até onde iriam as pretensões de um presidente negro em um país racista. aos poucos, ele cativou o mundo. e eu. mas, ao mesmo tempo que torcia pela sua vitória, me flagrei pensando várias vezes se não seria melhor ele perder. melhor para ele? para o mundo? sim. e não. mas, sobretudo, por ele mesmo. é que eu vejo em obama uma figura que me cativou tanto quanto lula. o ex-operário e sindicalista que me levou a crer em profundas mudanças, que me fez pensar que um novo brasil estava nas mãos daquele homem. como se sabe, a esperança durou pouco. ainda que eu continue considerando seu governo bom. mas bom, não quer dizer inovador. nem com mudanças. e é um pouco desse receio que eu tenho sobre obama. acreditar que o mundo pode ter um novo perfil em seu governo pode ser uma ilusão passageira e burra. mas que, no fundo, continuaremos tendo. entre tantos "serás?", o que mais me preocupa é as chances de esse idealista ser eliminado por algum idiota qualquer. e que leve à derrocada qualquer tipo de esperança. porque barack obama talvez represente a última chama desse sentimento.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

recordar - sempre

Após uma sexta-feira sem grandes acontecimentos - show do Luiz Melodia, Exquisito e Mercearia São Pedro -, o sábado era o dia pra aproveitar a casa, sem os pais e o irmão (todos viajando). Bia e Pri chegaram por volta das 17h30. Depois, Murilinho e Grêucia. Cervejinhas, papo vai, papo vem. E Bia na função de me convencer a ir pra Bendita Festa, na Livraria da Esquina. Murilinho e Grêucia foram embora. Bia, foi se arrumar. E eu e Pri, entre cervejas e cigarros. 22h. "Meu, vou aí se não vou dormir", anunciara Bia, uma amiga de anos, de escola, que vez ou outra aparece. Ok. Era hora de começar. 23h, Tarso acelera. Bora agilizar. E lá fomos para a Barra Funda. Que durou até, pelo menos, umas 4h. Domingão. Dia de suar as inúmeras brejas. Um chama pra um churras, outro também. Mas a vontade de ficar em casa, prevalece. Mais tarde, Caio chega em casa. Depois, Pri. E, mais tarde, enfim Rê Megale, minha irmã que eu via pela primeira vez em 2009. Después, sobrou eu e Pri, mais uma vez. Jantarzinho massa, com brigadeiro de larica.
Lição do fim de semana: recordar e rever é bom demais. E valorizar mais aqueles que te valorizam, idem.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

coisas da vida

tudo na vida é uma questão de prioridades. às vezes, elas não convergem. fazer o que. é a vida. nada como um dia após o outro.

a vida depois dos 40

é mais de 1h e enquanto eu já vi novela, minissérie, jornal e to no filme, meus pais foram pra balada. sim, balada. pista, globo, bar. foram dançar flashbacks na Limelight no aniversário de um dos amigos. Lugar que eles iam muito no fim dos 30, enquanto eu ficava sozinho em casa. Mais de dez anos depois, lá foram eles de novo. e eu, sozinho em casa. taí, gostei.

sessão pipoca

27 anos de Titãs no cinema

Diante de diversos outros filmes que eu queria conferir do circuito, tive de ver um filme bem clichê hoje, já que uma pauta me obrigava a ir na sala X do cinema Y. Caí na 10 do (bombado)Shopping Metrô Santa Cruz. Filme: O dia em que a terra parou. Uma releitura da uma ficção científica de Robert Wise, que foi sucesso na década de 51, com a trama politicamente correta sobre um alienígena que pousa no planeta e diz que ele vai acabar com a Terra antes que a humanidade faça o serviço, numa mensagem de forte apelo pacifista. Não vale o ingresso (caro, diga-se de passagem).
Mas estreia hoje um videoclipe, ops, documentário que vale a pipoca. 'Titãs - A Vida Até Parece uma Festa' é uma colagem de imagens de arquivo (muitas delas registradas pelo próprio titã Branco Mello durante 20 anos). É para sair da sala cantando hits e pensando "cara, eu não lembrava dessa história do Arnaldo e do Tony". Com raiva do Liminha, por ele ser muito escroto ao detonar o Gavin. Se questionando quem era o mais doidão: o Sérgio ou o Nando? E ver que a banda de 27 anos de história ficou desorientada após a morte de Marcelo Fromer. Mas que a vida continua.

olhar inseguro


Inspirado nas mulheres sofridas (e sofredoras) vou continuar no assunto. Acaba amanhã a minissérie global que relata a vida de Maysa. Até há poucas horas eu não tinha visto nenhum capítulo (afinal, nesse calor é difícil parar em casa). E relembrei muito de como Ruy Castro retratou a cantora no livro 'Chega de Saudade', em um capítulo quase todo dedicado a ela. Maysa alcançou sucesso internacional, teve filhos e amou muito. Viveu intensamente as oportunidades que a profissão pôde lhe oferecer. Bebeu muito. Ignorou seu filho para desfrutar mais das viagens e dos inúmeros amantes (chegou a se enroscar com o marido da amiga, sendo hóspede da mesma). Viajou muito, amou muito e ganhou muito. Maysa, porém, não foi feliz. Ainda que quisesse transmitir ser, nunca conseguiu. E talvez jamais conseguisse, mesmo que não tivesse sido vítima de um acidente no Rio de Janeiro. Porque era passional, egoísta e insegura. Uma linda mulher, vítima dela mesma.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

marcas de elza


eu pergunto a ela se está tudo bem. e com o jeito escancarado ela responde que está "mais feliz que pinto no lixo". a mulher pobre, negra que casou com garrincha, perdeu filho (e marido) e sofreu muitas desventuras não parece ser a mesma que emenda uma risada na outra ao telefone. Mulher que aos, 71 anos, diz que irá fazer muitas "sapequices" no palco. "Vou trocar de roupa no palco". Promessa, aliás, não cumprida na estreia da temporada, às quartas, no Bar Brahma - justificada por um "o palco é muito pequeno". A sapeca então tem vergonha? Imagina... Não dá pra crer. A mulher que rebola e constrasta os diversos scats com um salto alto (no sentido mais literal da palavra) talvez tenha medo. Medo de envelhecer. Transfigurada com tantas plásticas e exibindo um corpo sarado, é nítido que ela quer desafiar os sinais do tempo. "Eu malho e cuido com muito carinho da Elza", diz. Uma hora, é claro, ela vai perder essa guerra. Mas sua voz e a ousadia ficarão na história. Que, vale apontar, seria um sucesso muito maior se fosse americana. Mas isso não importa mais para Elza. Uma carioca que eu já vi cair de um salto bizarro, não conseguir se levantar sozinha e, ainda assim, voltar ao palco com o pé já imobilizado. Que sofreu um pequeno acidente em uma turnê recente, na Europa, com o Farofa Carioca, "ferrou os dentes e a perna", mas estava ali no palco esforçada em dançar, cantar, se exibir. Para, como ela relatou o acidente ao público, deixar uma marquinha de Elza.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

o retorno

pois é. tudo indica que a pausa anunciada em 2007 foi apenas tempo (proveitoso, diga-se de passagem) para Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo experimentarem novas situações - ou mostrassem o que cada um representava na banda carioca, que explodiu com Anna Júlia, em 99. Os boatos de que Los Hermanos tocam no Just a Fest (0 festival que trará Radiohead) se confirmaram. Portanto, além do aguardado Thom York, quem for à Chácara do Jockey dia 22/3, ou, como eu, ao show do Rio, no dia 20, também irá conferir o já anunciado Kraftwerk e, de quebra, Los Hermanos e a revelação de Cuiabá, o Vanguart. Deixo aqui uma música dos hermanos que, particularmente, gosto bastante.

coisas de gordo


"Oi, eu sou o Caio. Amigo da Lorena e da Helô. Já ouvi falar muito de você". Sorriso de lado, uma vergonha desavergonhada, uma timidez cara-de-pau. Corta. Essa cena que poderia ser plausível se fosse em um encontro de bar ou numa rápida apresentação até seria plausível. Mas não andando na rua, tomado de assalto... Mas é que trivialidades não combinam - nem um pouco - com Caio Junqueira. Isso é antiquado demais para essa persona. Que surgiu assim, num rompante. Entre uma conversa e outra, descobri esse grande meninão numa fase em que ele se encontrava em dúvida, em conflitos (o que para mim era uma novidade, se estenderia como uma característica própria). Dali em diante foi uma questão de dias para selar a parceria. O gordo e o short. O indie e o MPB.
Mas ele, claro, fez eu descobrir o rock e a noite underground. E descobrir que os indies também são do bem. A ponto de ele insistir em me chamar de baixindie. Eu ainda tento força-lo a gostar mais dos 'brasileirismos'. Muitas vezes, em vão. É que ele tem coração aberto, mas um cadeado para qualquer imposição. Leonino que só, gosta de um ego massageado. E de comandar a situação. Eu, não fico de fora. Temos oito dias de diferença de aniversário e o mesmo signo. Mas nem por isso sofremos qualquer duelo de vaidades. Porque estamos além disso. Somos meio pai e filho, meio irmãos loucos.
Ele liga para saber se está tudo bem e contar uma piadinha infame. "Tem alguma fo-foca? E um pe-peixe?". Ele fala as coisas mais absurdas e impublicáveis. As mais bizarras e engraçadas. Ele é o Caio Junqueira. Único, peculiar e insubstituível (ele vai se achar muito, eu sei). E é verdade. Me preocupo e ele idem. Sabemos nossos limites de convivência. E nem por isso escondemos a saudade. Ele é o Caio, o creep, indie. E ele sabe que pode chegar a qualquer hora e me dar aqueles abraços de quase me sufocar, gritando "short, short, short". Sem o menor pudor. Porque ele nem sabe o que é isso. Eu puxo a orelha e abraço. Porque sou fã e ponto.

do rock ao rock, as novas baladas

o fim de semana foi roqueiro e intenso. começou sexta com show-despedida do Fê, do Ecos Falsos, tendo uma passagem rápida no Le Tartine (com um pit-stop numa lojinha mto simpática, a 'Loja Loja'). Depois, niver da Lu no novo Eu Bebo Sim - ex-São Paulo de 4, que ficava na Vila Madalena, e hoje está na Alfonso Bovero. O som brasileirissímo continua, assim como a pista cheia. Sábado era dia de correr, literalmente. Pós-esteira, mais ilha de edição (o filme enfim está terminando). Después, esquenta em casa para conhecer mais uma nova casa. A aguardada Neu, do Guab (ex-Milo, de sábado), tem o mesmo espírito do Milo. O mesmo público, basicamente o mesmo repertório, com a vantagem de um clima de casa, que agrada. Casa mesmo, com quintal e até cadeiras de praia. Bom, a noite terminou às 7h. Domingão, portanto, era dia de mofar, certo? Errado. 11h o nenecs liga para o almoço da Belinha, em Jundiaí. Programinha família em plena ressaca. Só tomando umas mesmo... E foram uma, duas, três... Até 18h. Na chegada a SP uma cervejinha saideira com o moringa e a biru. Esticada até o Paróquia e de lá pra casa. 2h, hora de dormir e se preparar para uma semana titânica. Que começou com a entrevista do Branco Mello e terminou com a pré-estréia do videoclipe-longa, 'A Vida Até Parece uma Festa'. Chega, né?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

hitzinho indie

rockzinho sensação na pista da Neu, a nova casa da Água Branca, do Guab (ex-Milo Garage)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

é pela paz que eu quero seguir


Sábado 27 de dezembro de 2008, eu cheguei à redação totalmente desavisado. Estava escalado para fazer plantão na Internacional. O editor me cumprimentou com um solene "o dia está agitado hoje". 'Merda', pensei. Afinal só conseguia vislumbrar descer a serra e chegar logo a Picinguaba. Aos poucos fui entendendo a dimensão do problema. E, desde então, os noticiários narram dia-a-dia os passos da guerra armada entre palestinos e israelenses. Hoje o que parecia ser uma sinalização de trégua, foi rejeitada horas depois pelo primeiro-ministro israelense e o Hamas, que disseram ser impossível acatar o pedido de cessar-fogo da ONU. Não sou nem de longe profundo entendedor do assunto. Mas a verdade é que cansei desse guerra religiosa, a meu ver incompreensível. Aceito e entendo que a religião exista, mas não concordo com tamanho fanatismo que coloca à prova milhares de vidas. Não dá para entender como mandamentos superiores (espirituais) obrigam seus seguidores a se matarem, se assim for preciso, para impôr sua religião. É triste e repugnante que isso ainda exista - e pior, que esteja tão longe de evoluir. E numa ilusão ainda mais longe, que ela acabe. O fato é que continuaremos acompanhando os jornais, com fotos tenebrosas como essa acima. A pergunta é: até quando? Até quando, diria Marcelo Yuka (ao falar da nossa guerra civil), teremos armas apontadas para a cara do sossego? É pela paz que eu quero seguir.

rock do fim

2009 começou. E com força total. Depois de um fechamento intenso e de ficar até 3h da manhã todos os dias da semana em ilha de edição para finalizar um sonho chegou o momento de começar a relaxar e curtir o sagrado fim de semana. Que terá trabalho também. Mas que começa rock'n'roll no bom sentido da palavra. Hoje é dia de ver a despedida de um grande parceiro, o homem da trilha sonora do Ecos. E que, por coincidência, a banda da qual se desdede chama-se Ecos Falsos. Ele, é o Felipe Daros. Um cara do bem e talentoso. E que vai se encontrar no seu novo caminho. Por ora, Ecos Falsos no Centro Cultural São Paulo. Fica aqui o clipe de 'Bolero Matador' (repare na dançarina ao fundo. outra jóia recente, Lu Orvat, mulher do Felipe).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

titânicos

Uma grande família. Mais que um casamento. Em uma convivência duradoura, pacífica e verdadeira. Arnaldo, Branco, Paulo, Nando, Sérgio, Marcelo, Charles, Tony. Oito rapazes, poucos desejos e muita vontade de curtir. Do palco do Fábrica do Som, no Sesc Pompéia, em 83, para programas de Chacrinha, Hebe Camargo e Faustão. O hit? Sonífera Ilha. A partir dali, a vida daqueles então garotos foi transformada. Como uma família, cada um a seu estilo. Curtindo a vida adoidado. E (quase) tudo capturada pelas mãos de Branco Mello, o membro que (despretensiosamente ou não) quis registrar cada segundo daqueles momentos de fama. No hotel, no palco, no estúdio, em casa. O resultado é uma volta no tempo. E que está no filme "A Vida Até Parece Uma Festa" que estréia dia 16. O título se justifica. A trajetória da banda poderia ser tema de uma grande festa. Mas ela "até parece" pq, na verdade, não foi todo tempo assim. Essa trajetória que passa dos 25 anos teve lá seus problemas. Tony e Arnaldo foram presos com porte de heroína (daí a canção 'Polícia'), dois de seus importantes integrantes (Nando e Arnaldo) deixaram a banda e um deles faleceu em um estúpido acidente de moto. Como num videoclipe, 'A Vida Até Parece Uma Festa' cativa os saudosistas da década de 80. Mas também atinge os mais novos e velhos. Porque a tal banda de rock não foi apenas mais uma. Trata-se de uma das bandas mais significativas do rock brasileiro e entre as mais duradouras. Uma banda que soube amadurecer - tanto que seus ex-integrantes ainda são como parte da família.
Um filme musical, que desperta saudade, seja com 'Marvin', 'Polícia', 'Bichos Escrotos' ou mesmo 'Epitáfio' e 'Isso'. Um filme que revive uma época, por assim dizer, esquecida. Que emociona, a ponto de marejar os olhos.
Um documento histórico da música brasileira. Obrigado Branco.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ainda no clima pós-virada


Incensa quem é de paz,
Incensa quem é de luz
Incensa quem é capaz de carregar sua cruz
Quem tem Deus no coração
E só traz felicidade,
e só sabe ganhar o pão com honestidade
Quem não deixa um irmão, na dificuldade
Bota incenso na casa, incenso no corpo de quem faz o bem
Sem olhar a quem, incensa
Ferro de fumador, acendo pra fumaçar
E vamos ver quem merece incensar!
Licença que eu vou incensa licença
Licença... Licença... Ô incensa!
(Roque Ferreira)

e o mundo não se acabou

Dia 27 de dezembro. O bonde passaria às 19h, 20h. Eu, Loris, Gui e Jônia. Bora descer a serra, rumo a um pequeno paraíso chamado Picinguaba. A ida foi tranquila, com direito a um pit stop policial, com direito a bafômetro. Mas estava tudo bem (graças!). Mal sabíamos o que nos esperava na chegada. A ladeira da preguiça para chegar em casa com uma mala (quase) maior que eu me fez chegar de língua pra fora e poros encharcados de suor. Era a brecha para a primeira promessa de Ano Novo. 'Ok, vamos segurar um pouquinho na cerveja, no cigarro e no sedentarismo'. Promessa ignorada, óbvio. E antes mesmo de virar o ano.
Dali em diante, até o dia 4, se completariam sete dias de muita paz. E de muito conforto. E quando digo conforto é no sentido acolhedor. A melhor opção de 2008/2009 foi abraçar a família Manechini/Moraes. Tem coisa melhor que acordar e ter café natural pronto? "Vai um suquinho de laranja, belo?". Ou voltar da balada com diversas opções na despensa? Ou mesmo aquela sobra de um jantarzinho caseiro? Cara, não tem.
E o que dizer da nossa farta ceia de Réveillon? E dançar 'Incensa', com incenso na mão, acompanhado da Biru e da Loris minutos antes da virada? E acabar a luz a 10 min da contagem regressiva? E conhecer as lindas praias - Brava de Camburi e Brava da Almada - graças ao nosso surfer boy, o nenecs? Ou tomar uma chuva fim de tarde na fazenda, com nossas cervejinhas na bolsa térmica. Fala aí, muringa? E um bleckout às 5h da manhã do primeiro dia do ano e ver o sol nascer ao lado de uma roda de samba, cantando "Quem nunca viu o samba amanhecer, vem em Picinguaba pra ver"... Passar horas jogando buraco, ganhar uma única partida de milhares, ingorar e descer a ladeira pra tomar mais cerveja? Ou comer uma porçãozinha de lula, pastel, brigadeiro e pipoca numa mesma tarde nublada? Conversar com o jorge horas a fio, graças minha parceira fiel, a Biru? Ou tomar um mé incentivado pelos veteranos Dirceu e Luis? Ou falar da vida, de música e Fortaleza com as santíssimas Ellen e Edla?
Ah, aquela casa nunca mais será a mesma. Ou melhor, será. Mas cheia de boas energias, após uma semana de muita tranquilidade. De muita natureza. De fogos e latidos. De abraços e beijos. De cigarras e aranhas. De lagartos e borboletas. Com direito a um companheiro Simon na ponta dos meus pés para subir a serra. Tudo diferente dos últimos anos. É farra com jeito de almoço familiar. Com limites e liberdades. E sem nenhuma futriquinha. Afinal, passamos longe dessa.
É. 2009 chegou e o mundo, já lembrava Assis Valente, não se acabou.