sexta-feira, 24 de abril de 2009

conto de confusão


luiza tem 20 e poucos anos. preocupações passam longe dessa cabecinha, que parece avoada, mas não é. luiza, inteligente, sempre com um sorriso doce estampado. tirá-la do sério é coisa para poucos. mas luiza não é plena felicidade, como tanto parece. ela tem milhares de confusões e indagações. ela substitui sua própria felicidade em prol de quem está a seu lado. ignora, se sabota e se machuca. é uma consequência óbvia e inevitável.
luiza gosta de borges, da irreverência de caetano e de rir. o choro vem raramente, e ela quase sempre consegue esconder. quase. porque às vezes ela chora sem lágrimas. basta olhá-la e ter uma profunda conversa para saber que a tristeza está latente. ela já tentou entender inúmeras vezes porque é tão confusa. já se olhou no espelho e quis acreditar que a solução viria a qualquer hora. mas ela não vem. e luiza não tem culpa. ou será que tem?
amores para ela tem conceitos difusos. e por mais que ela não queira se envolver, é inevitável. lá está ela outra vez, atropelando intervalos que o coração (ah! o coração) necessita. luiza acredita que engatar uma coisa na outra pode ser fácil. e realmente pode, ué. a questão é que pontos mal-resolvidos serão para sempre mal-resolvidos.
lá no fundo luiza não consegue se entregar de corpo, alma - e coração - para a situação. na verdade, ela até consegue, em partes. na cabecinha dela está tudo ali, perfeito - a seu modo. sempre dá pra dar um jeitinho, virar o jogo e fingir que nada aconteceu. que tudo bem desligar o celular. que tudo bem amar mais do que o permitido. que tudo bem enganar.
o fato é que ela engana a si mesma. e ela não tem culpa. porque se deixa levar pela fraqueza decorrente dos sentimentos. luiza é apenas mulher. e continuará insistindo nos repetidos erros. porque é luiza. e será assim, sempre. até que o espelho, enfim, se quebre. e ela entenda que nem tudo são flores. e que nem sempre mentiras sinceras interessam. o pior é que, no fundo, ela já sabe disso. só não consegue crer.

3 comentários:

Rô Dezan disse...

dava pra mudar o nome da protagonista da sua história...

Pedro Henrique França disse...

luizas são muitas e únicas.

Juliana disse...

amei!