segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Cara e elas

Marieta e Andréa: troca sincera no palco

Já postei em outras ocasiões sobre as peças de Newton Moreno - as últimas foram 'Agreste' (em cartaz no Parlapatões) e 'Memória da Cana', esta em fase de montagem que teve recentemente uma prévia no Itaú Cultural. Na última sexta-feira, lá veio ele mais uma vez. Surpreendente, emocionante e ora divertido, ora tocante em cada diálogo. Desta vez, Moreno tinha nas mãos duas atrizes que dificilmente poderiam decepcionar. Amigas e sócias, Andréa Beltrão e Marieta Severo estão entre as duas atrizes que nunca fizeram algo que eu não tenha gostado. Aliás, recentemente eu postei sobre o filme 'Verônica', do qual Andréa é a protagonista. Enfim, desta vez não tinha como dar errado. Dramaturgia de Newton, com Andréa e Marieta em cena é receita garantida de sucesso. Em 'As Centenárias', que estreou sexta no Teatro Raul Cortez (Fecomercio) após dois anos em cartaz no Rio, a trama das duas carpideiras arranca risos e emociona. Zaninha (Andréa) quer seguir os passos de Socorro (Marieta) e fazer as vezes de chorona em velórios. Aos poucos, ela se torna tão competente quanto sua mestra e, mais do que chorar em troco de um prato de comida, Zaninha aprende como Socorro a driblar a morte. Daí o nome da peça. Encomendada pela dupla, o texto de Moreno mais uma vez recorre à cultura popular nordestina para costurar uma trama envolvente e lúdica, até mesmo com utilização de fantoches em rápida substituição de personagens. O tema, que pode parecer triste numa primeira leitura, se faz divertido e bastante ágil no palco. Como num jogo de espelhos, Zaninha (ou Andréa) vê em Socorro (ou em Marieta) o seu futuro. Mas, na verdade, Andréa - e Zaninha - já chegaram lá.

Um comentário:

Murillo disse...

Realidade em que se encaixa perfeitamente o dito: "num quero saber quem morreu, quero é chorar no velório"

nóis, cottom