sexta-feira, 21 de novembro de 2008

entre zeca e tom

o irreverente vencedor

Hoje era para ser dia de Zeca Pagodinho. Sol, propício para uma gelada e samba no pé. Mas a sexta-feira não pede Zeca. Ele é aparentemente simpático, o cara do povão. Mas é uma das pessoas mais sem-graça que eu já entrevistei. E não parecia que seria. "Fala Pedrão!", ele começou. Admirador confesso, logo pensei: 'legal, vamos falar de samba'. Mas a entrevista desandou pergunta após pergunta.
- "No filme 'O Mistério do Samba' você canta com Marisa Monte a canção 'Esta Melodia'. Como as gravações foram no fim do ano passado, o fato de vc inclui-la no repertório foi de certa forma influenciada por aquele clima festivo das filmagens?"
- "Não, tem não"
- "A Marisa já havia gravado essa música em 'Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa, Carvão'. A filmagem mais esse fato contribuiu?"
- "Nem sabia que a Marisa tinha gravado. Um repórter que me falou semana passada".
Ok, penso eu. Ele deve estar num dia não muito bom. São 13h, ele deve estar de ressaca, talvez.
Adiante, falamos de Xerém, os compositores, o samba. Respostas lacônicas, sem o menor tesão em falar do assunto.
Bodiei - e me decepcionei. Por isso, hoje eu vou de Tom Zé. O baiano de Irará, que aos 72 anos fez o criativo 'Estudando a Bossa Nova - Nordeste Plaza' (sim, em homenagem, ou ironia, ao shopping West Plaza). Que em qualquer entrevista fala com gosto e profissionalismo. Que transmite tesão pelo que faz. E isso, meu caro Zeca, é fundamental.

Um comentário:

Uma Ju disse...

fundamental! bota um pouco de alegria nessa cachaça, pelamor...