segunda-feira, 13 de julho de 2009

abençoado roberto


o maracanã estava lotado. era minha primeira vez no estádio mais famoso do país. e eu não iria ver fla-flu. mas estava presente para conferir aquele que foi um dos mais importantes acontecimentos de sua história. como roberto carlos, era a primeira vez que eu pisava no maracanã. ele, como astro; eu, um reles mortal. como as outras 68 mil pessoas, um admirador de sua obra, feliz por participar daquele momento histórico. é verdade que já vi roberto carlos em outras ocasiões. mas a emoção ali estava latente, principalmente do alto do palco de 500 metros quadrados. roberto não escondeu em nenhum momento a felicidade de estar comemorando seus 50 anos no maracanã, na cidade que escolheu para viver. pouco antes das 22h, o tradicional medley comandado por eduardo lages anunciava sua entrada. e lá veio ele com seu calhambeque e sua 'emoções'. era o começo de uma noite de reviravoltas.
o tempo fechado criou um exército de 68 mil encapuzados. eu era um deles. torcendo para que a capa não fosse necessária. não adiantou. por volta das 22h30, o céu desabou. houve quem resistisse. mas nem roberto aguentou. interrompeu o show, foi para o camarim e aguardou a chuva dar uma trégua, uma diminuída pelo menos. no retorno ao palco, muitas cadeiras da pista estavam vazias. em um show tão frequentado por devotas da terceira idade isso era inevitável. mas foi justamente o 'segundo bloco' que reservou os melhores momentos. nada se compara, no entanto, à execução de 'amigo'.
em meio ao começo da canção, surgiu erasmo no telão. e mandou parar a música. "como você pode cantar essa música sem a minha presença?". meu deus, que momento histórico. me faltam palavras para descrever este encontro. roberto e erasmo enfim se reencontravam no palco. e ninguém sabe melhor do que erasmo quem é roberto. era como se estivessem de frente ao espelho, embarcado num túnel do tempo. como se todas as histórias com a jovem guarda estivessem sendo vivenciadas de novo. como se o passado encontrasse o presente, sem projetar o futuro. se emocionaram, com extrema verdade, sem um pingo de pieguice. e levaram o maracanã às lágrimas junto com eles. emenderam a belíssima 'sentado à beira do caminho'. e novas emoções...
mas faltava alguém. era wanderléa. a tríade da jovem guarda estava novamente completa. exuberante, wnaderléa cantou incrivelmente 'ternura' em dueto com o rei. erasmo só voltou na sequência para a execução de 'eu sou terrível'. depois, vieram as ótimas 'quando' e 'namoradinha de um amigo meu'. àquela altura, a chuva já se tornara coadjuvante há tempos. quase 2h30 depois, roberto encerrou com as clássicas 'como é grande o meu amor por você', 'é preciso saber viver' e 'jesus cristo' - esta com surreal fogos de artíficio. o maracanã estava radiante. ao fim, uma senhorinha encharcada estampava o sorriso e repetia para si mesma: "valeu, né. foi inesquecível". e foi. ou melhor, abençoado. a água certamente era benta.

4 comentários:

Maria Lúcia disse...

Que fenômeno é este chamado Roberto Carlos!.A cada show voltamos no tempo,com o saudosismo gostoso a nos fazer companhia.

Mari Paiva disse...

foi maravilhoso mesmo... lagrimas só de lembrar!

eu disse...

adorei a agua benta! é incrivel Deus; prá todas as gerações, quem diria pedrinho se emocionando com o rei, quanta sensibilidade. o cara já é de outra dimensão, realmente além do horizonte.

Pedro Henrique França disse...

eu queria tanto saber quem é "eu disse".