quarta-feira, 8 de julho de 2009

o último show


milhões ficaram ligados minuto a minuto no funeral de michael jackson, ontem, em los angeles. até agora não sei bem dizer o que achei. ouvi de um menino ontem na plateia da palestra do gay talese que nunca na história da humanidade vamos ver um funeral tão bonito como esse. um outro amigo ficou inconformado com tamanho espetáculo. eu não posso negar que me emocionei com o discurso da filha Paris (enfim, sem véu e falando). mas também fiquei com a pulga atrás da orelha em outras ocasiões. fiquei pensando. cobrança de entrada, sorteio via-email, transmissão ao vivo na íntegra, palco com o caixão (fechado) à frente. talvez fizesse sentido tamanho espetáculo para o rei do pop que arrebatou milhões ao redor do mundo. era como se de alguma forma michael estivesse enfim fazendo seu último show. por sua vez, fico pensando... o cara morreu tão sozinho, tão massacrado por acusações nunca comprovadas e agora vê essa horda de 'fãs' e até mesmo seus familiares expressando dor e condolências. não sei até que ponto isso se confunde com o fake e o sentimento real. mas sei que isso tem tudo a ver com show biz. e michael sempre foi show biz. no melhor e no pior sentido do termo. talvez por isso tamanho espetáculo seja tão coerente.

6 comentários:

ju disse...

show de esquisitices, vida e morte em sintonia.

Pedro Henrique França disse...

em total sintonia. o auge decadente. para quem se consolidou como um exemplo de paradoxo, talvez tenha sido o caminho mais plausível

Caio disse...

bizarra o tal "showneral". só faltou ter bingão e sortear carros populares.

Pedro Henrique França disse...

hahaha. muito bom! e acho que faltou calypso tb!

Maria Lúcia disse...

A vida deste cara foi só esquisitices, seria estranho que 0apagar das luzes de sua existência não o fosse.

eu disse...

Livre finalmente o pequeno menino aprisionado no corpo do astro pop deformado e ensadecido pode voar para sua neverlândia imaginária, agora real. O que o mundo vela em Los Angeles é a fétida carcaça zumbi do rei do pop, do idolo amalgamado pelas deformidades insanas da humanidade consumista.
O menino não está mais lá. Vai em paz Michael! Finalmente estás livre!