quarta-feira, 22 de julho de 2009

intimismo em falta


A Via Funchal foi invadida no último sábado. Cerca de 3.000 homens e mulheres - de óculos de aro preto, tênis all star, camisa xadrez, entre outros acessórios - ocuparam a casa. Todos, modernos ou pagando de, para ver Chan Marshall - ou como é mais conhecida, Cat Power. As primeiras músicas foram arrebatadoras. Ela estava ainda melhor do que a segunda vez que esteve por aqui, em 2007, no Tim Festival - isso porque a primeira, na Fnac e no Sesc Vila Mariana, nem contam por atuações sofríveis. A capacidade de descontruir (no sentido mais literal do termo) canções de Janis Joplin, Frank Sinatra e outros é indiscutível. Assim como a banda que a acompanha. São méritos inegáveis. Mas reforço o que me disse um amigo. O miado grave dela é realmente envolvente. Um deleite. Mas passado um tempo os miados começam a incomodar. Dá vontade de estar em casa, com um bom vinho e uma boa companhia. A trilha sonora perfeita de um dia frio. Mas ao vivo, numa casa gigantesca como a Via Funchal, o envolvimento vai virando, aos poucos, tedioso. Ao fim, as reações de muitos era do tipo gostei, mas não sei se achei incrível. O fato é que ela é incrível, sim. Mas falta uma pimenta para esquentar seu roteiro. Ou um palco menor.

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